Na “era pré-SUVs”, os sedãs sempre entregaram um bom equilíbrio entre conforto, espaço e ergonomia. Desde que o Corolla chegou ao Brasil, em 1992, a Toyota se estabeleceu em um patamar de referência no mercado. Assim, a confiabilidade se tornou destaque como nunca antes.
O Yaris também surgiu nos anos 90, oferecendo a mesma filosofia do “irmão” maior. Entretanto, no Brasil, foi lançado apenas em 2018. Apesar de ainda não ter ganho uma nova geração, como está a linha 2023 do sedã? Aqui, avaliamos a versão de topo XLS para descobrir.
O compacto da Toyota ganhou novos para-choques, grade e conjunto óptico que contam agora com DRL de LED. Além disso, o farol de neblina também passa a ser de LED. As rodas de aro 15 também são novas e contam com dois tons.
O já conhecido motor 1.5 flex Dual VVT-i recebeu melhorias para reduzir a emissão de poluentes, sem alterações nos números de potência e consumo . Desenvolve 110 cv e 14,9 kgfm (abastecido com etanol), e 105 cv e 14,3 kgfm (gasolina).
Segundo o Inmetro, o sedã faz 9 km/l na cidade e 10,6 km/l na estrada, com etanol. Na gasolina, os números sobem para 13 km/l e 14,5 km/l. Associado a este motor 1.5, temos um câmbio CVT , que simula 7 marchas. Pela primeira vez, passam a vir com dois modos de condução (Eco e Sport), além de opções de trocas atrás do volante.
Na questão da segurança, além de como controle de tração (TRC), estabilidade (VSC) e assistente de subida em rampa (HAC), o Yaris Sedan sai de fábrica com sete airbags (um de joelho, dois frontais, dois laterais e dois de cortina).
Ainda há o sistema de pré-colisão, que ajuda nas frenagens, emitindo um alerta sonoro e visual, além de fornecer uma carga extra no pedal do freio. Como se não bastasse, também traz alerta de evasão de faixa , que avisa por meio de um bip sonoro quando o veículo sai da faixa de rolagem sem dar seta para um dos lados.
Acerta mais do que erra
Pouco mudou na parte de conectividade. Conta com tela de 7 polegadas, sensível ao toque, compatível com Android Auto e Apple Carplay e duas novas entradas USB na parte traseira. Quanto à comodidade, sentimos falta de uma multiplexagem que destrave as portas ao desligar a ignição. Depois de desligar o carro, é preciso lembrar de fazer isso manualmente.
O Toyota Yaris roda com conforto e precisão. Entretanto, deixa um pouco a desejar com relação ao casamento entre distância da direção e dos pedais, o que prejudica a posição de dirigir . Poderia ter recurso de acerto de profundidade do volante, mas isso não é oferecido.
Apesar do câmbio CVT, o Toyota é capaz de adaptar o estilo de condução com facilidade. Se quiser agilidade para a cidade, encontramos. Se quiser priorizar a economia de combustível, basta manter o “pé leve” que, automaticamente, vemos acender a luz “eco” no painel.
O espaço para os ocupantes no Yaris também é bom. Atrás, não há nem o túnel central, o que permite boa acomodação para os pés, bem como também ajuda a preservar o espaço para as pernas dos ocupantes das janelas. Algo que deixou a desejar, entretanto, foi o espaço para a cabeça.
Conclusão
O Yaris teve a dura missão de suceder o Etios , depois de pouco mais de três anos coexistindo com o “irmão” menor. Além disso, por se aproximar mais da categoria do Corolla que o finado modelo, o mercado acaba criando expectativas mais altas também.
O que fica dos testes é que, o Yaris segue cumprindo a sua tarefa. É um carro com boa calibração e ergonomia, tem desempenho satisfatório e números de consumo plausíveis. O isolamento acústico não deixa a desejar, tampouco as perspectivas de depreciação futura — quando se analisa o histórico da perda do valor do modelo, desde 2018.
Além disso, as atualizações também caíram bem. Entretanto, depois de poder testar também seus rivais (como é o meu caso), é difícil afirmar que sua vida será fácil como antes. As outras fabricantes já oferecem fortes rivais com uma modernidade — em todos os aspectos — que só estaria à altura de um novo Yaris, ou até mesmo de um sucessor. O Yaris há de lutar.
Ficha técnica
Toyota Yaris Sedan XLS
Preço: R$ 117.590
Motor: 1.5, quatro cilindros, flex
Potência: 110 cv (E) / 105 cv (G) a 5.600 rpm
Torque: 14,9 kgfm (E) / 14,3 (G) a 4.000 rpm
Transmissão: Automático, CVT, tração dianteira
Suspensão: Independente, McPherson (dianteira) / eixo de torção (traseira)
Freios: Discos ventilados (dianteiros) / tambor (traseiros)
Pneus: 185/60 R15
Dimensões: 4,43 m (comprimento) / 1,73 m (largura) / 1,49 m (altura), 2,55 m (entre-eixos)
Tanque: 45 litros
Porta-malas: 473 litros
Consumo: 9 km/l na cidade e 10,6 km/l na estrada, com etanol. Na gasolina, os números sobem para 13 km/l e 14,5 km/l.
0 a 100 km/h: 12 segundos
Velocidade máxima: 186 km/h