
Quem dirigiu a Maverick Hybrid anterior sabe o quanto ela destoava do restante da linha. Era ruim de dirigir, tinha a suspensão mole e, para ser direto, simplesmente não parecia uma Maverick. A sensação era de estar guiando algo desconectado do que a marca vinha entregando, especialmente em termos de dirigibilidade.
O grande problema nem era a eletrificação em si. Sempre achei interessante o uso do sistema One Pedal Drive e costumo utilizá-lo em outros modelos híbridos e elétricos. O problema estava na execução. A maneira como esse recurso atuava na Maverick tornava a condução artificial, com frenagens abruptas e desnecessárias, quase como se o carro fosse um carrinho de bate-bate. Era difícil confiar no conjunto, e o prazer de dirigir, que sempre foi uma qualidade da Maverick, simplesmente não existia ali.
O iG Carros testou e confirma: isso mudou.
Na linha 2026, a Maverick Hybrid passa por uma transformação importante. Começa pelo conjunto mecânico inédito na gama: agora são 194 cv e 24,1 kgfm de torque, entregues por um sistema híbrido que combina motor a combustão com dois motores elétricos, operando por meio de um câmbio eCVT. Este câmbio integra o propulsor a combustão a um gerador elétrico e ao motor elétrico que traciona as rodas. O resultado? Um funcionamento mais inteligente, silencioso e progressivo.
A suspensão, antes o calcanhar de Aquiles, também foi recalibrada e agora está alinhada com o que a gente espera da linha Maverick. A traseira adota um conjunto multilink que, além de melhorar o conforto, corrige a dinâmica que era falha na geração anterior. O carro está mais equilibrado, responde melhor às mudanças de trajetória e transmite mais confiança tanto em vias urbanas quanto em rodovia.
Durante o teste, usei os diferentes modos de condução para entender melhor o comportamento da picape. Em uso rodoviário, sem nenhuma estratégia para economizar combustível, a média foi de 16 km/l; um número excelente para uma picape com tração nas quatro rodas e bom porte.
Outro destaque está no pacote de assistentes de condução (ADAS). O sistema de piloto automático adaptativo funciona de maneira refinada, ajustando aceleração, frenagem e até o contorno de curvas de acordo com a leitura das faixas e do tráfego à frente. Isso coloca a Maverick Hybrid em um patamar competitivo não só em eficiência, mas também em tecnologia embarcada.
E o que talvez seja o ponto mais inteligente da Ford aqui: o preço. A versão híbrida custa o mesmo que a Tremor, voltada para o off-road. Isso dá liberdade total para o cliente decidir qual Maverick faz mais sentido dentro do seu perfil: quem busca robustez fora de estrada vai de Tremor; quem prioriza eficiência, tecnologia e melhor rodagem no asfalto tem agora uma híbrida que realmente entrega.
No fim das contas, o que mais importa: a Maverick Hybrid 2026 se comporta como uma Maverick de verdade. E isso, por si só, já faz dela uma escolha muito mais interessante.