O Jeep Grand Cherokee 4xe no mercado brasileiro tem a missão de atrair quem procura um SUV de luxo, com ótima oferta de itens de série e ainda com acabamento premium e eletrificação.
Durante avaliação do iG Carros, ficou claro que o Grand Cherokee 4xe tenta equilibrar o melhor dos mundos e ainda oferecer boa oferta capacidade fora-de-estrada, mas ao custo de R$ 550 mil.
Design clássico em um SUV gigante
O Grand Cherokee 4xe é um SUV grande em todos os sentidos. São quase 5 metros de comprimento, 2 metros de largura e entre-eixos próximo de 3 metros, números que definem bem a ambição do modelo.
Mesmo robusto, mantém os elementos visuais clássicos da Jeep, como a grade de sete fendas e o logo da marca agora contornado em azul, sinalizando o trem de força eletrificado.
As rodas aro 20 com pneus 265/50 reforçam a postura musculosa, enquanto a lateral exibe com orgulho o nome Grand Cherokee por extenso e até uma bandeira dos EUA, lembrando a origem do SUV. No vigia traseiro, há outro toque interessante: um easter egg mostrando todas as gerações do modelo de um lado e o clássico Jeep CJ do outro.
Suspensão pneumática e foco absoluto no conforto
Um dos pontos que mais impressionam no Grand Cherokee 4xe é o comportamento da suspensão. O utilitário usa amortecedores pneumáticos com ajuste adaptativo, o que muda completamente a sensação ao volante. Em vias lisas, a calibração endurece para manter o comportamento firme do conjunto. Em pisos irregulares, a calibração é suavizada para absorver buracos e ondulações.
O resultado é uma condução sempre confortável, independentemente do terreno. Em estradas de terra, como o uso máximo para um SUV de luxo, o modelo mostrou estabilidade e isolamento acústico convincente, sem o desconforto comum em utilitários mais simples.
Interior espaçoso, materiais de qualidade e muita tecnologia
A cabine acompanha o porte do carro. Os bancos em couro de ótima qualidade oferecem regulagens elétricas, ventilação e aquecimento. O volante também tem ajuste elétrico, reforçando o padrão de refinamento.
O painel combina tela digital e central multimídia inclinada, que permite acessar funções como climatização, modos de condução e o gerenciamento do sistema híbrido. Uma curiosidade é a entrada HDMI para a tela dedicada ao passageiro, permitindo espelhamento direto a partir de um notebook ou outra fonte.
O espaço traseiro, como se espera de um SUV desse tamanho, é generoso. Os ocupantes contam com bom espaço para pernas e cabeça, encosto reclinável e cortinas nas portas para proteção solar. O porta-malas de 580 litros acompanha a proposta familiar, com direito ao subwoofer do sistema de som Alpine.
Performance híbrida com ótimo torque e consumo variável
O sistema 4xe combina motor 2.0 turbo (o mesmo usado na Ram Rampage) com um motor elétrico no eixo traseiro. Juntos, entregam 380 cv e cerca de 65 kgfm de torque. A tração nas quatro rodas não utiliza eixo cardan: o motor elétrico é responsável por acionar o eixo traseiro.
Apesar da ausência de cardan levantar dúvidas sobre o uso com bateria baixa, o SUV mantém sempre uma pequena reserva energética para garantir tração mínima em manobras ou situações específicas.
No uso pavimentado, o desempenho é forte para um veículo de cerca de duas toneladas. O 0 a 100 km/h fica abaixo dos 8 segundos, e a aceleração em retomadas é firme e linear.
No modo totalmente elétrico, a autonomia chega a 80 km graças à bateria de 17 kWh. Com ela carregada, o consumo combinado pode ultrapassar 20 km/l. Já com a carga esgotada, os números caem, mas continuam razoáveis: cerca de 7 km/l na cidade e pouco mais de 9 km/l na estrada, segundo a experiência real da avaliação.
Assistentes funcionam bem, mas não acompanham o preço
O pacote de segurança traz manutenção de faixa, alerta de ponto cego, frenagem de emergência, detecção de pedestres, tráfego cruzado e piloto automático adaptativo. Tudo funciona como esperado, porém, falta um item que já aparece em carros bem mais baratos: o assistente de condução com contorno ativo de curvas.
O Grand Cherokee 4xe corrige pequenas derivações de faixa, mas não mantém a trajetória automaticamente em curvas. Em um SUV de R$ 550 mil, a ausência desse nível de automação acaba soando como um ponto fraco.
Vale a pena?
O Jeep Grand Cherokee 4xe entrega um conjunto muito coerente com sua proposta: um SUV grande, confortável, com acabamento refinado e desempenho de sobra. A eletrificação adiciona eficiência real, especialmente para quem tem como recarregar em casa ou no trabalho, além de garantir isenção de rodízio em cidades como São Paulo.
O preço de R$ 550 mil o coloca lado a lado de nomes fortes como BMW X5, Audi Q7 e Mercedes-Benz GLE. A escolha, no fim, passa menos pela ficha técnica e mais pelo estilo de vida que cada marca representa.
Para quem valoriza conforto extremo, rodagem macia e o charme do design Jeep, o Grand Cherokee 4xe é um pacote consistente e surpreendentemente eficiente. Falta apenas evoluir nos assistentes semiautônomos para justificar totalmente a faixa de preço.
Se a ideia é ter um SUV grande, híbrido plug-in e com presença marcante, o Grand Cherokee 4xe merece estar na lista de finalistas.