A eletrificação automotiva
ainda é muito recente no Brasil, entretanto, um levantamento da McKinsey & Company
projeta que em 2040 a frota de automóveis e comerciais leves de propulsão elétrica no Brasil irá atingir 11 milhões de unidades
.
O estudo chamado de “ Acelerando a mudança rumo à Mobilidade Sustentável no Brasil ” servirá de tema para a palestra “ O Futuro da Matriz Energética no Transporte Brasileiro ” que será apresentada durante o C-MOVE - Congresso da Mobilidade e Veículos elétricos , que acontecerá nos dias 7 e 8 de março em Brasília - DF.
Além da edição de Brasília, o C-MOVE ainda terá mais duas edições este ano, e a capital federal também sediará o Dia da Mobilidade Elétrica (DME), que acontecerá na tarde de 8 março, e terá uma carreata de veículos elétricos.
“Estimamos que os veículos elétricos respondam por 55% das vendas em 2040”, diz o especialista Daniele Nadalin, Senior Manager da McKinsey & Company e que será o responsável por apresentar a palestra em Brasília.
Nadalin ainda afirma que o brasileiro se mostra aberto a novas tecnologias de mobilidade e que 44% dos entrevistados buscam formas mais sustentáveis de realizar seus deslocamentos, e 24% se consideram entusiastas da mobilidade elétrica.
“Nossa pesquisa identificou o brasileiro como uma população sensível a questões ambientais e para quem a sustentabilidade é um fator de decisão na compra do veículo”, afirma o gestor.
Nadalin cita que a principal barreira para a eletrificação no Brasil ainda é a rede precária de infraestrutura, e destaca a necessidade do processo educativo acerca da tecnologia e funcionamento dos veículos elétricos.
“Mesmo capitais como São Paulo e Rio de Janeiro não têm a infraestrutura de recarga necessária para atender a uma frota elétrica, principalmente, se considerarmos veículos de uso intensivo”, analisa.
Uso intensivo é acima de 150 km/dia , e segundo o executivo, devem ser esses modelos que irão liderar o processo de eletrificação, já que o Custo Total de Propriedade desses carros é similar ao de um automóvel a combustão equivalente.
Ou seja, apesar do custo de aquisição do carro elétrico ser mais alto, os custos com combustível (recargas, no caso de elétricos), manutenção, e outros gastos, são menores, o que equipara os custos totais, principalmente em quem faz uso severo.
Para quem faz um uso mais contido do carro, cerca de 30 km/dia , os custos só serão equiparados por volta de 2030.
Ricardo Guggisberg, Presidente do IBMS - Instituto Brasileiro de Mobilidade Sustentável e da MES Eventos, organizadora do C-MOVE, destaca o crescimento da mobilidade elétrica no Brasil.
“A eletromobilidade já é realidade, tanto que, em 2022, os emplacamentos de automóveis e comerciais leves elétricos tiveram alta de 195% em relação ao ano anterior, com mais de 100 mil veículos eletrificados na frota circulante. Esse crescimento deve se manter acelerado pela próxima década, tanto pela chegada de novos modelos quanto pela melhoria da infraestrutura das cidades.”, afirma.
O C-MOVE Brasília irá abordar oportunidades de trabalho no mercado de veículos eletrificados , logística na montagem de veículos elétricos, política energética e industrial, parcerias , tributação , além da palestra sobre o estudo da McKinsey & Company.
“Nossa meta é promover um evento transversal, no qual podemos reunir representantes da indústria, poder público, técnicos e sociedade civil para uma discussão propositiva sobre os rumos da mobilidade elétrica nacional”, diz Guggisberg.
Além de Brasília (DF), também estão previstos eventos em Balneário Camboriú (SC) e São Paulo (SP).