Fábrica em Hannover (Alemanha) é responsável pela fabricação do Volkswagen ID.Buzz
Divulgação
Fábrica em Hannover (Alemanha) é responsável pela fabricação do Volkswagen ID.Buzz

O mercado de carros elétricos se mostrou bem menor que as expectativas das fabricantes da Europa, que já planejavam um futuro onde não fabricariam mais modelos a combustão. Somente em junho, a queda das vendas de carros elétricos na Alemanha foi de 18%, embora durante o semestre o volume cresceu 5.4%. O que explica esse movimento? O Brasil pode sofrer algo parecido nos próximos anos?

A resposta é bem simples: Com o fim dos incentivos governamentais para a adoção de carros elétricos, o público parou de investir nesses veículos. Até 2023, ao comprar um carro 100% elétrico na Alemanha, o cliente recebia 4.500 euros (R$ 27,8 mil) de incentivos do governo, que somados com bônus das fabricantes, totalizavam cerca de 7 mil euros (R$ 43,2 mil) em descontos.

A estimativa é que de 2016 até 2023, período em que o governo alemão subsidiou os veículos elétricos, mais de 10 milhões de euros tenham sido utilizados para facilitar a compra de 2,1 milhões de carros elétricos.

Segundo a Auto Motor Sport , a venda de carros elétricos na Alemanha está 10% abaixo dos modelos térmicos. Atualmente, há muita opção de modelos elétricos no país, mas os clientes não mostram interesse por esses carros. 

Lojistas já evitam esses modelos

Dacia Spring é o elétrico mais acessível disponível na Europa
Divulgação
Dacia Spring é o elétrico mais acessível disponível na Europa

A revista KFZ-betrieb realizou uma pesquisa que apontou que 69% dos concessionários não aceitam mais carros elétricos usados na troca, e 80% declararam que sofrem prejuízos ao vender esses modelos, o que afeta também os modelos usados.

O Brasil pode viver um momento parecido?

BYD Dolphin é o carro elétrico mais vendido no país
Luiz Forelli Santana/iG
BYD Dolphin é o carro elétrico mais vendido no país

Por aqui, vemos o crescimento das vendas de carros elétricos, muito por conta da chegada rápida de marcas chinesas. Segundo a Fenabrave , de janeiro a julho de 2024, 35,4 mil carros 100% elétricos foram vendidos, um crescimento de mais de 30 mil unidades comparando com o mesmo período do ano passado.

Para conter esse crescimento, os carros elétricos importados passaram a contar com impostos de importação de 18% no começo do ano, que já cresceu para 25% a partir de julho, e chegará aos 35% para todos os eletrificados em julho de 2026. 

Por aqui, os incentivos para quem compra carros elétricos ainda são quase inexistentes. DF, MA, PE, RS dão isenção de IPVA para esses automóveis. No RJ, a alíquota é de 0,5%, e em SP, há a restituição de 50% do valor do imposto, bem como a isenção de rodízio para esses carros. 

BYD Dolphin EV 2024 Luiz Forelli Santana/iG
BYD Dolphin EV 2024 Luiz Forelli Santana/iG
BYD Dolphin EV 2024 Luiz Forelli Santana/iG
BYD Dolphin EV 2024 Luiz Forelli Santana/iG
BYD Dolphin EV 2024 Luiz Forelli Santana/iG
BYD Dolphin EV 2024 Luiz Forelli Santana/iG
BYD Dolphin EV 2024 Luiz Forelli Santana/iG
BYD Dolphin EV 2024 Luiz Forelli Santana/iG
BYD Dolphin EV 2024 Luiz Forelli Santana/iG
BYD Dolphin EV 2024 Luiz Forelli Santana/iG
BYD Dolphin EV 2024 Luiz Forelli Santana/iG
BYD Dolphin EV 2024 Luiz Forelli Santana/iG
BYD Dolphin EV 2024 Luiz Forelli Santana/iG
BYD Dolphin EV 2024 Luiz Forelli Santana/iG
BYD Dolphin EV 2024 Luiz Forelli Santana/iG
BYD Dolphin EV 2024 Luiz Forelli Santana/iG

Por aqui, o que pode frear o crescimento de carros elétricos são justamente as barreiras impostas pelo Governo para esses veículos. Esses impostos buscam incentivar a produção local desses carros, entretanto, baterias, por exemplo, precisariam continuar sendo importadas, o que pode não ter efeito prático em curto prazo. A expectativa é que em 2024 a BYD comece a produzir localmente no complexo de Camaçari; o Dolphin Mini deve ser fabricado por lá em algum momento, mas ainda não sabemos se será o primeiro modelo.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!