O mercado de veículos elétricos no Brasil enfrenta desafios significativos em 2025. A alta taxa de juros, que chegou a 12,25% ao ano, dificulta o financiamento de veículos, restringindo o acesso de consumidores a modelos eletrificados. O crédito caro é um obstáculo para o mercado.
A política energética dos Estados Unidos sob a administração de Donald Trump adiciona incertezas ao cenário. A decisão de barrar incentivos a veículos elétricos nos EUA levanta dúvidas sobre os impactos no Brasil, tanto em termos de mercado quanto de investimentos internacionais.
Especialistas apontam que o protecionismo americano pode influenciar a inflação no Brasil. A alta nos preços de produtos pressiona a taxa Selic, afetando diretamente o setor automotivo, que é sensível a variações nas taxas de financiamento e condições econômicas.
Crescimento e expectativas para 2025
Mesmo com os desafios, o mercado de veículos elétricos no Brasil espera crescimento em 2025, embora em ritmo mais lento. O aumento na oferta de modelos híbridos e a competitividade de marcas chinesas impulsionam o interesse por descarbonização e inovação no transporte.
No Rio Grande do Sul, os emplacamentos de veículos eletrificados alcançaram 9.294 unidades em 2024, quase o dobro das 4.725 registradas em 2023. O estado superou a média nacional, que apresentou um crescimento de 89% no mesmo período, destacando-se no cenário nacional.
Guilherme Schröder, motorista de aplicativo, optou por um veículo elétrico buscando economia e eficiência. Morador de Porto Alegre, ele encontrou uma garagem com serviço de recarga, pagando R$ 500 mensais. A escolha reflete uma tendência de adoção de tecnologias sustentáveis.
A mudança na exploração energética nos EUA, promovida por Trump, gera incertezas sobre possíveis efeitos no Brasil. A falta de prioridade para veículos elétricos pode abrir espaço para fabricantes americanos, afetando a dinâmica do mercado global e nacional.
Impactos econômicos e cenário global
A elevação da inflação e das taxas de juros penaliza o mercado automotivo brasileiro. O setor, sensível a condições de financiamento, enfrenta dificuldades adicionais com o aumento dos custos, limitando o acesso dos consumidores a veículos eletrificados e sustentáveis.
O presidente da ABVE, Ricardo Bastos, afirma que o impacto da política americana será sentido se o mercado dos EUA se fechar. É necessário entender como essas mudanças ocorrerão e seus desdobramentos para o Brasil e outros países.
Especialistas concordam que, apesar dos desafios, o mercado de veículos elétricos deve continuar crescendo em 2025. A base de comparação mais alta e as condições econômicas adversas podem desacelerar o ritmo, mas o interesse por inovação e sustentabilidade permanece forte.
O câmbio elevado é outro fator a ser considerado. A valorização do dólar pode não impactar tanto o volume de vendas, pois há estoque de veículos precificados com dólar mais baixo no país, oferecendo uma margem de manobra para o mercado automotivo brasileiro.
A expectativa é que o setor continue avançando, impulsionado por novas tecnologias e uma demanda crescente por veículos sustentáveis. As estratégias das montadoras e a adaptação às condições econômicas serão cruciais para enfrentar os desafios de 2025.