
A Guarda Costeira dos Estados Unidos confirmou nesta terça-feira (24) o afundamento do navio Morning Midas, que transportava 3.048 veículos e mais de 1.800 toneladas de óleo combustível, após 21 dias em chamas em águas internacionais do Oceano Pacífico.
A embarcação virou e submergiu a cerca de 450 milhas náuticas (720 km) ao sudoeste da ilha de Adak, no Alasca, na segunda-feira (23), e agora repousa a mais de 5 mil metros de profundidade.
Não há registro de feridos ou sinais visíveis de vazamento de óleo, segundo autoridades.
Investigação e resposta ao incidente
O cargueiro Morning Midas afundou às 17h35 (horário local) da segunda-feira, após três semanas de monitoramento.
A bordo, estavam 3.048 veículos — incluindo 70 totalmente elétricos e 681 híbridos — além de 350 toneladas métricas de óleo diesel marítimo (MGO) e 1.530 toneladas métricas de óleo combustível com baixo teor de enxofre (VLSFO).

Duas embarcações de salvamento, Garth Foss e Salvage Worker, continuam na área realizando avaliações ambientais, com equipamentos prontos para contenção de vazamentos.
A embarcação especializada Endeavour deve chegar até quinta-feira (26) com reforço no aparato de combate à poluição.
“A segurança dos socorristas continua sendo nossa principal prioridade”, afirmou o Capitão Christopher Culpepper, comandante do setor Alaska Ocidental e Ártico da Guarda Costeira.
A Zodiac Maritime, operadora do navio, colabora com os esforços técnicos.
Risco ambiental e desafios no transporte de elétricos
Embora ainda não haja indícios de poluição, autoridades mantêm vigilância constante diante da possibilidade de vazamento de óleo ou resíduos tóxicos.
A profundidade extrema onde o navio está dificulta eventuais operações de recuperação.
O incêndio no Morning Midas teve início em 3 de junho, após detecção de fumaça em um dos conveses que transportava veículos elétricos.
A tripulação tentou conter as chamas com sistemas de supressão interna, mas a propagação do fogo levou ao abandono da embarcação. Todos os 22 tripulantes foram resgatados sem ferimentos.

O episódio reacende o debate sobre a segurança no transporte marítimo de veículos elétricos. A fuga térmica das baterias de íons de lítio — que pode causar incêndios de alta intensidade — já levou a incidentes similares, como o do cargueiro Delphine, na Bélgica, em maio.
Empresas do setor e seguradoras como a Allianz Commercial defendem protocolos mais rígidos para o carregamento e o monitoramento desses equipamentos a bordo. As investigações sobre as causas do incêndio seguem em curso.