Chassi do Ferrari Elettrica integra bateria e eixos motrizes
Divulgação/Ferrari
Chassi do Ferrari Elettrica integra bateria e eixos motrizes

A Ferrari apresentou nesta quinta-feira (09), em Maranello, os conjuntos prontos para produção do seu primeiro carro 100% elétrico, incluindo chassi, subchassi traseiro e eixos motrizes.

O modelo, previsto para 2026, promete mais de 530 quilômetros de autonomia e potência superior a 1.000 cavalos.

O projeto, chamado de Elettrica, encerra 15 anos de desenvolvimento de híbridos como LaFerrari, SF90 e 296, consolidando a estratégia multienergética da marca.

Módulo da bateria de 122 kWh usado no Ferrari Elettrica
Divulgação/Ferrari
Módulo da bateria de 122 kWh usado no Ferrari Elettrica

A fabricante afirma que o veículo combina desempenho e exclusividade típicos de Maranello, agora em configuração elétrica de quatro motores e bateria de 122 kWh.

Arquitetura e chassi

A base adota balanços curtos e posição de condução avançada, inspirada em berlinettas de motor central-traseiro.

Unidade eletrônica controla fluxo de energia entre bateria e motor
Divulgação/Ferrari
Unidade eletrônica controla fluxo de energia entre bateria e motor

O pacote de bateria é integrado ao assoalho e distribui 85% da massa na parte inferior do veículo, o que reduz o centro de gravidade e melhora a estabilidade.

Chassi e carroceria utilizam 75% de alumínio reciclado, solução que, segundo a Ferrari, reduz em até 6,7 toneladas as emissões de CO₂ por unidade durante a produção.

Suspensão ativa e freio em carbono-cerâmica da Elettrica
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Suspensão ativa e freio em carbono-cerâmica da Elettrica

A integração estrutural da bateria aumenta a rigidez e protege os módulos em impactos laterais, frontais e inferiores.

Pela primeira vez, a marca usa um subchassi traseiro “elástico” separado, a maior peça fundida oca já feita em Maranello.

Detalhe da suspensão ativa e do freio da Elettrica
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Detalhe da suspensão ativa e do freio da Elettrica

A estrutura corta ruídos e vibrações transmitidos à cabine, preserva a rigidez lateral e simplifica a manutenção da suspensão, do eixo e da bateria.

A suspensão ativa de 48 volts é uma evolução do sistema estreado no Purosangue.

Com centro de gravidade 80 milímetros mais baixo que um equivalente a combustão, o conjunto promete mais controle de rolagem e conforto, com distribuição otimizada de forças entre as quatro rodas.

Motores e desempenho

Conjunto motriz reúne motor elétrico, engrenagens e inversor
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Conjunto motriz reúne motor elétrico, engrenagens e inversor

A Elettrica utiliza quatro motores síncronos de ímã permanente com rotores Halbach, tecnologia derivada da Fórmula 1. Os eixos foram desenvolvidos integralmente em Maranello.

O eixo dianteiro entrega 210 kW e pode desacoplar totalmente em velocidade de cruzeiro, permitindo tração traseira quando conveniente.

O eixo traseiro chega a 620 kW, e ambos têm eficiência de 93% em potência máxima.

A Ferrari declara aceleração de 0 a 100 km/h em 2,5 segundos, velocidade máxima de 310 km/h e potência total superior a 1.000 cv.

Pneus específicos para o projeto reduziram em 15% a resistência ao rolamento, mantendo aderência em piso seco ou molhado.

Bateria e modos de condução

Produzida e montada em Maranello, a bateria de 122 kWh opera em arquitetura de 800 volts, com densidade de 195 Wh/kg nos módulos e acima de 305 Wh/kg nas células.

Detalhe das engrenagens do sistema de tração elétrica
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Detalhe das engrenagens do sistema de tração elétrica

O layout de 15 módulos distribui o peso em 47% na dianteira e 53% na traseira.

Três modos energéticos — Range, Tour e Performance — são controlados pelo eManettino, enquanto o Manettino à direita regula os sistemas dinâmicos, incluindo um novo modo Dry para uso cotidiano.

O som do carro não é artificial: sensores captam as vibrações do conjunto traseiro e as amplificam de acordo com o modo de condução, priorizando silêncio em cruzeiro e presença sob aceleração.

Sustentabilidade e cronograma

O uso de 75% de alumínio reciclado no chassi e na carroceria é o maior índice já adotado pela fabricante.

As peças são fundidas internamente para garantir rigidez e controle de qualidade.

A Ferrari prevê uma prévia do interior no início de 2026 e a estreia mundial do modelo completo na primavera europeia do mesmo ano.

O elétrico será apresentado como complemento à linha atual, sem substituir imediatamente os modelos híbridos e a combustão.

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