De acordo com a Anfavea (Associação dos Distribuidores de Veículos Automotores), existem 63 fábricas de veículos paradas no Brasil por conta da pandemia, além de cerca de 123 mil trabalhadores em casa. As fabricantes haviam anunciado algumas datas referentes ao período em que iriam interromper suas atividades nas unidadades de produção, mas já começaram a prorrogar os prazos.
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A primeira que se manifestou foi a Honda , que previu voltar a operar as fábricas em Sumaré e Itirapina, ambas no interior de São Paulo, no dia 14. Mas, agora, decidiu prorrogar para 27 de abril. Segundo a fabricante, os colaboradores permanecem em férias coletivas. Parte do grupo que desempenha atividades administrativas segue em regime de home office .
Assim como outras fabricantes, a Honda analisa, a cada momento, as contramedidas em resposta aos desafios impostos pelo avanço da covid-19, priorizando as pessoas, a conformidade às diretrizes governamentais para conter o avanço da pandemia e a sustentabilidade dos negócios.
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Hyundai também decide deixar fábrica parada por mais tempo
Depois da Honda, a Hyundai também decidiu prorrogar o período de parada. A fabricante informa que as férias coletivas, iniciadas em 26 de março e previstas para terminar em 13 de abril, seguem agora para a fábrica de Piracicaba (SP), até o dia 26 de abril, domingo, com retorno das operações na segunda-feira, dia 27 de abril. No caso dos escritórios de São Paulo (SP), o retorno ocorre em 22 de abril, logo após o feriado de Tiradentes.
Novamente, apenas atividades essenciais serão mantidas na fábrica e nos escritórios durante o período adicional de férias coletivas. Novas medidas podem ser tomadas mais adiante, conforme orientação das autoridades e as circunstâncias relativas à Covid-19.
Depois de Honda e Hyundai, a Renault também decidiu prorrogar a interrupção na produção. A fabricante informa que em consulta durante plenária, foi reprovada a possibilidade de colocar em ampla votação pelos colaboradores da Renault do Brasil as medidas de flexibilidade previstas na MP 936, que instituiu o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, de 1º de abril, mesmo a empresa tendo proposto condições superiores às estabelecidas na medida provisória.
Portanto, ficou decidido que haverá retorno ao trabalho nas quatro fábricas do Completo Ayrton Senna, em São José dos Pinhais (PR), em 4 de maio, considerando que 1º de maio é feriado nacional e 2 e 3 de maio caem no final de semana.
Hoje (13) a Toyota confirma que também está prorrogando o prazo de interrupção das atividades em duas fábricas no Brasil. De acordo com a fabricante, a postergação da retomada da produção de suas quatro unidades fabris localizadas no Estado de São Paulo fica estabelecida para para junho (dia 22 para as Unidades de São Bernardo do Campo, Indaiatuba e Porto Feliz e dia 24 para a Unidade de Sorocaba).
Além disso, em acordo com os sindicatos de cada unidade, a partir de 22 de abril parte dos colaboradores - aqueles ligados diretamente à produção - terá suspensão temporária do contrato de trabalho com a Toyota.
O acordo aprovado impacta colaboradores horistas e administrativos de todas as áreas e níveis e preserva os salários líquidos entre 75% e 100% do seu valor, conforme a faixa de remuneração de cada colaborador.
A GM também enviou nota hoje (13) dizendo que decidiu adotar regime de lay-off em todas as suas fábricas em um prazo de 60 dias, que pode ser prorrogado por mais 30 dias. Portanto, o retorno das atividades deverá ser em 12 de junho ou 13 de julho, conforme o andamento da crise causada pela pandemia.
Depois de ter usado banco de horas na primeira fase da quarentena, agora a GM fez acordo com sindicatos para reduzir jornada de trabalho e de salários, em até 12,5% para quem estiver ocupando cargos até nível de gerência e de 25% para diretoria e acima.
A reportagem de iG Carros chegou a perguntar para o presidente da Anfavea , Luiz Carlos Moraes, se as fabricantes já estão adotando medidas mais drásticas para corte de custos, o que envolveria corte de salários e redução da jornada de trabalho.
Segundo Moraes, "sim, as empresas estão fazendo um programa agressivo de redução de custos e despesas visando preservar o caixa. Em relação as medidas trabalhistas divulgadas semana passada pelo governo, caberá a cada montadora usar a medida que lhe for mais adequada, pelo tempo que for necessário de acordo com suas necessidades individuais, região e planta", explicou ele.
Confira a seguir as datas previstas de retorno das atividades nas fábricas das fabricantes de automóveis e comerciais leves, além de Honda, Hyundai, Renault, Toyota e GM.
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Jaguar e Land Rover: 27 de abril
FCA: 21 de abril
Renault: 4 de maio
Toyota: 22 de junho (S.Bernardo/Indaiatuba/Porto Feliz) e 24 (Sorocaba)
Honda: 27 de abril
PSA: 21 de abril
BMW: 4 de maio
Ford: 13 de abril
Volkswagen: 13 de abril
GM: 12 de junho (podendo chegar a 13 de julho)
Mercedes: 22 de abril
Hyundai: 27 de abril
Caoa Chery: sem previsão