A Renault estava precisando muito de uma renovação em sua frota, que ainda conta com o cansado Clio como carro de entrada. Aos poucos foram mudando, com a chegada da nova geração de Sandero e Logan, o Duster reestilizado e a picape Duster Oroch. Tem muito mais a caminho. Em uma coletiva realizada na fábrica em São José dos Pinhais (PR), Carlos Ghosn, o CEO do grupo Renault-Nissan, confirmou a produção do Kwid e do crossover Captur, além da importação do Koleos – todos para 2017.
Embora a marca fizesse muito segredo, já sabiamos do lançamento dos três modelos. O Kwid virá para ocupar o lugar do Clio (que seguirá sendo feito por mais um tempo), utilizando a plataforma CMF-A e o novo motor 1.0 de 75 cv e três cilindros da Renault . Este motor é completamente novo, sem relação com o já utilizado nos Nissan March e Versa. A marca irá vender este modelo como um SUV de entrada, embora esteja mais para um hatchback aventureiro, da mesma forma que o Renault Sandero Stepway.
“Não temos o objetivo de fazer que [o Kwid] seja o mais barato do Brasil”, afirma Ghosn, “queremos ter um carro competitivo e que irá buscar um bom custo-benefício”. Terão um desafio para fazer o público aceitar o modelo, depois do péssimo resultado que o modelo indiano teve no crash-test do EuroNCAP – tirou zero estrelas , mesmo em versões mais reforçadas. A Renault promete que o carro brasileiro só terá o design parecido, sendo bem mais forte e com quatro airbags de série (frontais e laterais).
Existe a chance dos clientes se confundirem a respeito do Renault Captur. Existem dois modelos com o mesmo nome, mas que são diferentes. Na Europa, o Captur usa a plataforma B do Clio de quarta geração e mede 4,12 metros de comprimento, além de usar motores mais novos, como 0.9 e 1.2. Para outros mercados, como Rússia e Brasil, há um outro Captur (ou Kaptur, na Rússia), que usa a plataforma M0 do Renault Duster, tem 4,33 metros de comprimento e usa os mesmos motores 1.6 e 2.0.
No topo da gama estará o Renault Koleos, um crossover de 4,67 metros de comprimento. Embora pareça bem mais com o que a marca oferece na Europa, não é um modelo vendido por lá. Na verdade, é fabricado em Busan (Coreia do Sul) e Wuhan (China), de olho nestes mercados – os europeus tem outro SUV, o Kadjar, embora seja um pouco menor. Virá em versão única, com motor 2.5 de 172 cv e tração integral, com preços entre R$ 150 mil e R$ 160 mil.
Enquanto falava sobre as mudanças de estratégia da Renault, Ghosn afirmou que Sandero e Logan continuarão a ser produzidos na fábrica em São José dos Pinhais, contrariando todos os indícios de que a fabricação iria toda para a Argentina. O movimento na fábrica argentina em Santa Isabel seria para evitar que alguma movimentação política trave a exportação dos veículos, mantendo um plano secundário para esses casos.
Só em 2017
As três novidades da Renault estarão abertas para o público no Salão do Automóvel, em novembro. O executivo não quis falar quando devem ser lançados no país, embora tenha deixado escapar que teremos alguns lançamentos ainda este ano – o que indica que alguns modelos devem ser apresentados para a imprensa antes do fim de 2016.