A Nissan aposta em um carro elétrico que usa etanol para gerar energia como se fosse uma pilha. Os primeiros testes serão feitos com a van e-NV200 e-Bio.
Divulgação/Nissan
A Nissan aposta em um carro elétrico que usa etanol para gerar energia como se fosse uma pilha. Os primeiros testes serão feitos com a van e-NV200 e-Bio.

A Nissan acredita ter encontrado a solução para a maior fraqueza de um carro elétrico: a recarga. A autonomia pode até ser grande, mas levar uma hora para abastecer a bateria cria um grande problema logístico. A fabricante diz que a solução é a tecnologia e-Bio da van e-NV200, que usa etanol para gerar eletricidade com um nível extremamente baixo de emissão de poluentes.

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Parece estranho falar de um carro elétrico que usa combustível, mas a ideia é simples. O etanol vai do tanque para um compartimento, onde é aquecido para gerar uma reação química semelhante ao de uma pilha. Como as moléculas são quebradas, o índice de emissão de CO2 é muito baixo. A reação é feita com calor, o que elimina a necessidade de materiais raros, como acontece com as baterias dos veículos elétricos tradicionais.

O etanol é aquecido, gerando uma reação química que fornece energia para as baterias do carro elétrico, como se fosse uma pilha.
Divulgação/Nissan
O etanol é aquecido, gerando uma reação química que fornece energia para as baterias do carro elétrico, como se fosse uma pilha.

Como usa apenas etanol para rodar, o carro elétrico equipado com essa tecnologia tem uma série de vantagens. A autonomia é de 600 km, a mesma de um veículo com motor a combustão e é fácil de rebastecer, basta parar em um posto de gasolina e colocar o etanol, que pode ser puro ou misturado com água – mais fácil de ser manuseado e transportado, além de não exigir uma estrutura diferente.

Primeiro no Brasil

Apresentada por Carlos Ghosn, CEO global da Renault-Nissan, a van passará pelos “testes de campo” aqui no Brasil, encabeçando a nova iniciativa elétrica da empresa. É o primeiro protótipo construído pela marca utilizando esse sistema, de olho na aplicação para empresas de logística e transporte. Na hora de rodar, o veículo vai se comportar exatamente como um elétrico: sem som, torque instantâneo e aceleração linear.

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“A célula de combustível e-Bio oferece transporte ecoamigável e cria oportunidades regionais de produção de energia, ao passo que utiliza uma infraestrutura que já existe”, explica Ghosn. ”No futuro, a célula de combustível e-Bio vai se tornar ainda mais ecoamigável”. A estratégia está totalmente alinhada com a visão da Nissan de não trabalhar com veículos híbridos, e sim buscar soluções para carros puramente elétricos ,sem usar motores a combustão nem mesmo como gerador – como no caso do BMW i3.

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O executivo não revelou quanto tempo irá durar os testes com a e-NV200 no Brasil ou como será feito. Desde 2011 a marca empresta o Nissan Leaf, um carro elétrico, para organizações e taxistas no Rio de Janeiro, enquanto a Renault fornece o hatchback Zoe e o pequeno Twizy para a polícia de Curitiba, e o Kangoo elétrico importado da Europa para o Fedex.

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