
Os carros elétricos ainda têm muitas dificuldades para superar antes que tomem de vez as ruas. O Partido Trabalhista Holandês não concorda e acredita que já será possível banir os automóveis com motor a combustão em 2025, tanto os movidos a gasolina quanto a diesel. Estão tão interessados que já existe um projeto de lei que está ganhando força, tanto no congresso quanto em apoio da população.
A campanha, liderada pelo político Jan Vos, tem como objetivo reduzir ao máximo a emissão de CO2 o quanto antes. Vos não é tão radical assim, citando que não será possível banir os motores a combustão antes que os carros elétricos sejam mais baratos e práticos. A lei seria uma forma de mostrar às fabricantes que precisam investir mais nessas tecnologias. “Temos que acabar com as emissões de CO2 e temos que mudar a forma de usar combustíveis fósseis se queremos salvar a Terra”, disse o político.
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A Holanda é o país que mais investe no uso de veículos de baixa emissão ou totalmente ecológicos. Segundo os dados do Observatório Europeu de Combustíveis Alternativos, a nação conta com quase 20 mil estações de recarga para carros elétricos – para um país com 41,5 km², menor do que o estado do Rio de Janeiro (43,6 km²). Essa quantidade é quase a mesma que Reino Unido e França combinados.
Essa lei irá impedir apenas a venda de veículos novos, permitindo que os automóveis movidos a motores a combustão, anteriores à promulgação da regra, circulassem pelas ruas holandesas. Isso é importante, já que a Holanda representa 30% das vendas de modelos híbridos na Europa, modelos que também utilizam motores a combustão, alguns para locomoção em velocidades mais altas, outros como gerador para o motor elétrico.
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Quase um quarto das vendas de carros novos são modelos elétricos, enquanto automóveis híbridos são as versões que mais vendem. Como comparação, 43% dos BMW Série 3 vendidos na Holanda são do modelo híbrido 300e , enquanto no resto da Europa essa versão corresponde a apenas 4%. Entre os elétricos, o Tesla Model S é o que faz mais sucesso, vendendo quase 900 unidades desde o início do ano, seguido pelo Nissan Leaf com 412 unidades.
Brasil ainda bebe gasolina e etanol
Enquanto isso, o Brasil ainda engatinha no uso de veículos híbridos e elétricos. Após anos de briga entre as fabricantes e o governo, os políticos finamente deram algum incentivo para os automóveis “verdes”. O carro elétrico e a hidrogênio teve o Imposto de Importação zerado, antes pagando uma alíquota de 35%. Os híbridos tem impostos de acordo com a eficiência e cilindrada do motor a combustão, podendo ir da isenção até 7% de tributos.
Com essa dificuldade, a oferta de carros elétricos e híbridos é mínima. O único elétrico à venda no Brasil é o BMW i3 , que parte de R$ 159.950. Os demais modelos são híbridos: BMW i8 (R$ 799.950), Ford Fusion Hybrid (R$ 149.900), Lexus CT200h (R$ 129.900), Mitsubishi Outlander PHEV (R$ 204.990), e Toyota Prius (R$ 123.950). A Nissan chegou a fornecer o elétrico Leaf para os taxistas no Rio de Janeiro, enquanto a Renault emprestou o Twizy para a guarda municipal de Curitiba.