Nos Estados Unidos, veículos com até 4.535 kg que forem fabricados a partir do dia 1º de maio serão obrigados a virem equipados com a câmera de ré. A determinação foi feita pelo departamento de transportes e segue decisões estipuladas no ano de 2014. O objetivo da nova regra é a de facilitar a visibilidade de áreas atrás do veículo e aumentar a segurança, de modo a reduzir acidentes.
LEIA MAIS: Engarrafamento: As cidades com o pior trânsito do Brasil
Segundo a Administração Nacional de Segurança nas Vias dos Estados Unidos, cerca de 300 pessoas morrem e 15.000 se ferem anualmente em acidentes envolvendo veículos dando ré, sendo que praticamente a metade dos casos envolvem crianças com menos de 5 anos de idade. Por isso que, além da câmera de ré, as autoridades ainda planejam obrigar que mais equipamentos de segurança venham de série nos veículos.
Em discussão estão os sistemas de frenagem de emergência - que as autoridades norte-americanas afirmam que são responsáveis por uma redução de metade dos acidentes - e os sensores de detecção de ponto cego, que contribuem para evitar cerca de 13% deles. Ao ABC News USA, o deputado administrativo do órgão de segurança nas vias afirma: “Essas tecnologias ajudam a prevenir acidentes, uma vez que aprimoram as noções dos motoristas sobre o que está acontecendo ao redor. Definitivamente são tecnologias que salvarão vidas”.
No Brasil, o assunto ainda é o cinto de três pontos
Somente a partir de 2020 é que está previsto que as montadoras deverão equipar o cinto de três pontos em todos os assentos, incluindo no central do banco traseiro. O principal benefício do equipamento é o de reter - com muito mais eficácia que os cintos abdominais - os ocupantes em sua posição, além de propiciar uma distância maior entre ocupantes e as partes rígidas do veículo, principalmente nas regiões abdominais e da cabeça, que geralmente são as que mais sofrem no momento do impacto.
LEIA MAIS: Segurança: Como os carros ficaram mais seguros em 20 anos
Além disso, o cinto de segurança de três pontos também permite o uso de tecnologias como o pré-tensionador, comum em veículos equipados com airbag e que tem a função de retrair o cinto instantes após o impacto, isolando melhor o ocupante de partes do carro. Entretanto, atualmente o cinto de três pontos ainda é ausente na maioria dos carros.
Acidentes no trânsito brasileiro
Segundo a Dekra, empresa alemã que atua na segurança e regulamentação no setor automotivo, Cerca de 20% dos carros são identificados com irregularidades, colocando em risco a segurança de motoristas e outros pedestres. Além disso, O Brasil está em quinto lugar entre os países recordistas em mortes no trânsito. Cerca de 3.400 pessoas morrem no trânsito todos os dias no Brasil. A cada 20 segundos, uma pessoa perde a vida no trânsito e outras vinte se acidentam.
LEIA MAIS: VW Polo e Toyota Corolla tiram nota máxima nos testes de segurança do Latin NCAP
A cada 51 segundos, uma pessoa morre devido a motoristas alcoolizados, sendo que 1.600 vidas são perdidas por este fator no mundo, todos os dias. Quanto ao cinto de segurança, não usá-lo aumenta o risco de morte em 55% no banco dianteiro e 75% no banco traseiro. E um dado pouco divulgado também chama a atenção: 80% dos passageiros do banco da frente deixariam de morrer se os cintos do banco de trás fossem usados com regularidade.
O estudo da Dekra ainda revela que, de cada cinco pessoas que perdem a vida no trânsito, uma estava acima do limite de velocidade. Entre os jovens, a cada dez acidentes, seis são causados por distrações. As principais causas são interações com outros passageiros, atenção a dispositivos como celular e equipamentos internos do carro, ou pessoas se arrumando e dirigindo ao mesmo tempo.
LEIA MAIS: Os 10 carros mais seguros e os 10 mais inseguros do Brasil
Por fim, constatou-se que acidentes de trânsito são a principal causa de morte de jovens entre 18 e 25 anos. A cada dois minutos, um jovem morre no trânsito. Esses dados definitivamente devem ser considerados e analisados pelos órgãos de trânsito e de segurança pública, uma vez que, se negligenciados, milhares de vidas seguirão comprometidas com os acidentes de trânsito.