Carlos Ghosn, brasileiro que já foi chefe-executivo da Nissan, chegou a ser o homem mais bem pago do Japão
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Carlos Ghosn, brasileiro que já foi chefe-executivo da Nissan, chegou a ser o homem mais bem pago do Japão

A prisão de Carlos Ghosn, ex-presidente do conselho da Nissan, foi postergada pela justiça japonesa após a abertura de novas investigações. O executivo teria repassado um prejuízo de US$ 16,6 milhões (aproximadamente R$ 64 milhões) em investimentos pessoais para a Nissan, conforme a Reuters. Trata-se da terceira denúncia contra Ghosn em menos de um mês, uma vez que ele também responde por sonegação fiscal.

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O plano da justiça japonesa é manter o executivo brasileiro preso por até 10 dias para obter mais informações sobre o caso. Os advogados de Carlos Ghosn se articulavam para que ele fosse liberado após o pagamento de fiança, mas a nova acusação praticamente elimina as possibilidades disso acontecer.

Fontes ligadas ao ex-presidente do conselho da Nissan contaram ao canal japonês NHK que Ghosn nega qualquer envolvimento na fraude. A promotoria também suspeita do envolvimento de uma pessoa que teria ajudado o executivo em seu esquema.

As primeiras acusações contra Carlos Ghosn

Nova fraude é a terceira denúncia contra Carlos Ghosn  noticiada pela imprensa em apenas um mês
Nicolas Tavares/iG Carros
Nova fraude é a terceira denúncia contra Carlos Ghosn noticiada pela imprensa em apenas um mês

Carlos Ghosn é acusado de não declarar aproximadamente US$ 44 milhões (R$ 165 milhões, em uma conversão simples) de renda ao longo de cinco anos em que esteve à frente do grupo (2010-2015). Na segunda etapa da acusação, Ghosn foi acusado de ter cometido exatamente o mesmo crime nos três anos seguintes O diretor da aliança, Greg Kelly, também está envolvido no processo, mas deverá ser solto ainda hoje após o pagamento da fiança.

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Diferentemente de Ghosn, Kelly não tem outras acusações pendentes. Ghosn iniciou sua carreira na França, à frente da Michelin. Foi presidente da Nissan entre 2001 e 2017. O executivo saiu do cargo no ano passado em função da aliança com Renault e Mitsubishi, mas permaneceu no conselho. Durante seus anos de atividade, ficou popular por sua conduta de cortar gastos e retomar a lucratividade da empresa. Vale lembrar que a Nissan estava à beira da falência quando Ghosn assumiu o cargo.

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A prisão de Carlos Ghosn também balançou as estribeiras da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, uma vez que a Nissan pretende revisar a estrutura das ações com o objetivo de criar algo mais igualitário entre as duas fabricantes. A Renault teria mais influência na Nissan  do que vice-versa, criando diversas tensões e divergências na colaboração que já dura quase duas décadas. Para se ter uma ideia, mesmo com a expulsão de Ghosn do conselho da Nissan, a Renault manteve o executivo no cargo. O atual presidente da Nissan, Hiroto Saikawa, diz que a parceria entre as fabricantes beneficiou apenas o lado francês ao longo de muitos anos.

Fonte: Reuters

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