A categoria que mais badalada do País tem suas ovelhas negras. Confira a lista dos modelos que não vigaram no mercado brasileiro
A categoria dos hatches sempre encabeçou a lista dos segmentos mais badalados do mercado brasileiro. Conforme o último levantamento publicado pela Fenabrave (Federação Nacional de Distribuição de Veículos), os compactos de dois volumes corresponderam a 28,7% das vendas no acumulado do ano, seguidos de perto pelos SUVs compactos com 24%. Mas mesmo em uma categoria tão badalada, ainda existem hatches que fracassaram.
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Pois bem, se você está investindo em uma categoria de volume e o seu produto não deslancha em vendas, não há muito que possa ser feito para salvá-lo da lista dos hatches que fracassaram . A reportagem do IG Carros enumera cinco modelos que não fizeram bonito no mercado brasileiro ao longo dos anos. Confira!
1 - Kia Picanto
Antes de falarmos da Kia, é importante entender os motivos da marca ter desaparecido dos holofotes nos últimos anos. Com o regime automotivo Inovar-Auto (que se encerra em 2018), a Kia tinha uma cota de 4.800 carros importados que estavam isentos do “super IPI”. Portanto, com a contagem regressiva da noite de hoje, a marca finalmente estará livre da sobretaxa. Focando no futuro, e com os incentivos do novo programa automotivo Rota 2030, a marca espera reconquistar um mercado na casa dos 20 mil emplacamentos anuais, o que dependerá muito da cotação do dólar. Seria um número semelhante ao de marcas como Peugeot e Citroën no Brasil, hoje em dia.
O Picanto acabou sendo prejudicado junto de outros modelos, como Sportage e Cerato. A Kia adotou retoques no visual do Picanto no começo do ano, mas nem isso empolga o desempenho do compacto nas concessionárias. Partindo de R$ 58.990, o Picanto traz 1.0 flex, de 80 cv e 10,2 kgfm de torque, com etanol. Na gasolina, os números vão para 77 cv e 9,6 kgfm.
2 - Chevrolet Agile
A Chevrolet costuma ter campanhas irretocáveis quando falamos de hatches. Refresque a memória com o Chevette durante os anos 80, bem como o Corsa nas duas décadas seguintes. De 2012 para cá, o Onix mostrou que é inatingível em números de emplacamentos. Mas não podemos esquecer o Agile, que acabou não se dando muito bem no Brasil.
A intenção da GM era lançar um “hatch de teto alto” que pudesse rivalizar com o VW Fox. Algo que fosse mais sofisticado que o Corsa, mas não tão caro quanto o antigo Sonic (lembra dele?). Para tal, acabaram utilizando a plataforma GM/Opel 4200 que equipou a primeira geração do Corsa “bolinha”, ainda nos anos 90. Seu visual também não agradou por conta dos faróis protuberantes e desproporcionais. O Agile ainda teve uma reestilização pouco antes de sair de linha, suavizando seu design.
3 - Daihatsu Charade
Voltemos mais uma vez aos anos 90, quando a Daihatsu fez sua única investida fracassada no mercado brasileiro. Entre 1994 e 1999, a marca japonesa que ainda não havia sido comprada pela Toyota vendia modelos como Terios e Cuore, bem como o hatch compacto Charade. Ele chegou com motor 1.3 16V de 84 cv de potência com injeção eletrônica multiponto, algo moderno para sua época.
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O Charade era bem equipado para um hatch de sua época, contando com direção hidráulica, ar-condicionado, rádio toca-fitas e sistema elétrico de travas das portas e acionamento dos vidros. As vendas não empolgaram e a importadora decidiu encerrar as operações antes da virada do século. Se você garimpar os classificados online mais populares, conseguirá encontrar algumas unidades bem usadas do Charade por algo na casa dos R$ 4 mil.
Muito se fala sobre um possível retorno da Daihatsu ao Brasil, mas não do jeito que conhecemos. A marca ainda faz muito sucesso em mercados emergentes, como Malásia e Filipinas, e o atual presidente da Daihatsu, Soichiro Okudaira, já falou algumas vezes sobre o interesse da marca de atuar no mercado brasileiro. Rumores apontam que um novo SUV compacto da marca poderá ser vendido por aqui para rivalizar com Renegade e HR-V, porém, como um carro da Toyota.
4 - Lifan 320
O Lifan 320 foi um dos carros mais polêmicos dos últimos anos. Conforme publicado pelo G1 em 2012, a BMW do Brasil foi aos tribunais para impedir a comercialização do hatch compacto chinês. As semelhanças com o Mini Cooper são gritantes, mas ainda assim a Lifan se deu bem e foi autorizada pelo TJ-RJ a seguir com as vendas do 320.
A defesa da marca chinesa aponta que 320 e Mini Cooper são produtos distintos que não competem na mesma categoria, portanto, não havendo concorrência desleal. Um cliente não poderia comprar um achando que está adquirindo o outro por conta da diferença de valores.
Durante a apresentação do 320 no Salão do Automóvel de 2010, a Lifan chegou a contratar um sósia do Mr.Bean (interpretado por Rowan Atkinson) para promover o modelo, uma vez que o personagem utilizava um antigo Mini. O modelo foi vendido por aqui com motor 1.3 de 88 cv de potência, mas não durou muito tempo. Atualmente, a Lifan investe em uma linha de produtos originais, baseados em SUVs. O 320, por sua vez, ficou marcado como a única tentativa frustrada da marca na categoria.
5 - Chery Cielo
Vamos recapitular a história da Chery no Brasil. A fabricante surgiu no início da década, como uma investida da importadora Venko Motors (que hoje trabalha com a SsangYong). Os chineses, empolgados com os resultados, decidiram abrir uma matriz no Brasil. Foi o período em que a marca optou por expandir seu repertório, apostando não apenas em QQ e Tiggo, mas também na dupla Celer e Cielo .
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O Cielo tinha receita para dar certo. O design, por exemplo, ficou por conta do estúdio de design italiano Pininfarina. Tratava-se de um hatchback bem mais elegante, comparado às apostas das marcas chinesas em meados de 2010. O preço também era camarada, contando com um interior sofisticado e vários equipamentos. Mesmo com seu motor 1.6 que desenvolve 116 cv de potência, o Cielo não deslanchou em vendas, garantindo seu lugar entre os hatches que fracassaram no Brasil.