Em plena Sexta-Feira da Paixão, "o Rei", Roberto Carlos, completa 78 anos de vida. Para se ter uma breve ideia da sua ligação com carros basta assistir às cenas iniciais de um dos filmes do qual participou. "Roberto Carlos em Ritmo de Aventura". Em 1967,ainda na época da Jovem Guarda, ele aparece dirigindo um roadster esportivo GT Tormento, como se estivesse com a faca entre os dentes, perseguido por um Cadillac Fleetwood.
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Enquanto corrigia saídas de frente e de traseira em um trecho sinuoso, cheio de curvas, Roberto Carlos aparece sorridente no conversível, ao som de "Eu sou terrível". Quer mais um exemplo do quanto o Rei tem gasolina nas veias? Em “Roberto Carlos a 300km por hora”, em 1971, ele acelera para valer, sem ajuda de dublês, um Dodge Charger R/T, laranja com faixas pretas na carroceria. Veja a seguir, meros 5 dos vários carros do Rei.
1 - Cadillac Serie 62 Conversível - 1960
Trazido dos Estados Unidos, o belo e imponente conversível americano serviria perfeitamente de inspiraçaõ para os versos iniciais da música "o Bom", gravada em 1967, de autoria de Eduardo Araújo, que começa assim: " Meu carro é vermelho, não uso espelho pra me pentear"
. O carro vem com motor V8 6.4 que funciona com câmbio automático, de quatro marchas, com alavanca na coluna de direção.
Não há nenhuma economia de cromados, que estão por toda parte, desde a grade frontal até o para-choque traseiro. A capota de tecido é acionada de modo elétrico, a direção e os freios já contavam com assistência hidráulica. Por dentro, o acabamento é bem caprichado, com enormes bancos revestidos de couro colorido de dois tons, carpete legítimo e muito espaço para cinco ocupantes.
2 - Dodge Charger R/T - 1971
O Rei acabou ganhando um desses da Chrysler depois do filme "Roberto Carlos a 300 por hora". Baseado na carroceria A-Body, o Charger R/T nacional vinha com motor V8 318, de 5.2 litros, capaz de gerar 215 cv de potência bruta (170 cv líquida). O câmbio era manual, de quatro marchas, com alavanca no assoalho e a tração, traseira.
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Os bancos separados vinham revestidos de curvim e jersey e o volante é de três raios para condizer com o aspecto esportivo do carro, que teve destaque no filme, assim como o Gurgel Bugato 70, também com o Rei ao volante, enquanto toca "De tanto Amor", música tema do longa, que diz nas entrelinhas: "A saudade vai chegar. E por favor meu bem. Me deixe pelo menos só te ver passar".
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3- Jaguar E-Type 1969
O esportivo inglês foi presente da gravadora CBS. O Rei
já estava na sua fase melancólica. O carro é um dos ícones de esportividade sobre rodas do fim dos anos 60. Tem motor de doze cilindros e se tornou um dos únicos modelos da época que conseguiam acelerar de 0 a 100 km/h em menos de 7 segundos.
O segredo de tanta rapidez estava na favorável relação entre peso e potência, graças à estrutura leve. Para conter todo o ímpeto esportivo, os freios são a disco e a suspensão independente na quatro rodas, um avanço entre os carros do final dos anos 60, quando o Rei lançou o álbum do qual faz parte músicas como "Nas Curvas da Estrada de Santos", cujo começo diz: "Se você pretende saber quem eu sou. Eu posso lhe dizer. Entre no meu carro na estrada de Santos. E você vai me conhecer".
4- Oldsmobile Cutlass conversível - 1966
O conversível americano era vermelho, mas um dos sucessos do novo disco
do Rei, em 1966, era "Negro Gato", cujos versos iniciais falavam de uma história que começava assim: "Eu sou um negro gato de arrepiar. E essa minha vida. É mesmo de amargar.Só mesmo de um telhado. Aos outros desacato Eu sou um Negro Gato!"
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E assim como os gatos, o Oldsmobile é estiloso. A marca da GM não existe mais, entretato, deixou seu legado. O Cutlass conversível 66 de Roberto tem um V8 sob o capô que ronca forte deixando claro que tem força de sobra. São 320 cv e 49 kgfm de torque extraídos de 5,4 litros de cilindrada.
5 - Chevrolet Coupé - 1933
Não é à toa que o hot hod preparado com aval de Emerson Fittipaldi, amigo do Rei, foi pintado de azul claro e branco, cores que Roberto costuma usar com certa frequência, já que é supersticioso. O carro chegou a entrar em uma promoção da Nestlé, intitulada "Em Ritmo de Prêmios", em 2011.
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Mas é claro que a música tema desse carro é "O Calhambeque", de 1964. Diferente da versão orginal, o modelo com pintura de dois tons recebeu motor GM 2.4, de quatro cilindros e 141 cv, que chegou a ser usado na picape S10. "O Calhambeque bip bip. Quero buzinar o Calhambeque. Bip dubi indupi dubi"
. Parabéns, Rei, Roberto Carlos
! Abaixo, assista à cena descrita no primeiro parágrafo.