Oito anos depois do lançamento da primeira geração, o Hyundai HB20 é renovado por completo para continuar na briga contra Onix, Polo e Ka. Nessa disputa de volume, vencerá aquele que entregar a melhor entre economia de combustível, tecnologia embarcada e segurança.
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A reportagem do iG Carros esteve na Ilha de Comandatuba, na Bahia, para avaliar o novo Hyundai HB20 - e o fato de já termos andado no Chevrolet Onix esclareceu ainda mais as coisas.
O que muda em relação ao modelo da GM? Para começar, o Hyundai HB20 de primeira geração foi descontinuado e não dará origem a uma nova versão mais em conta, como a família Joy da rival.
Os preços do hatch começam em R$ 46.490, podendo chegar aos R$ 77.990 na versão Diamond Plus turbinada. O sedã, por sua vez, começa em R$ 55.390 e vai até R$ 81.290. Tivemos a oportunidade de avaliar ambos os modelos, em suas versões mais caras.
A Hyundai ainda não divulgou os resultados de crash-tests do Latin NCAP, mas tanto o hatch quanto o sedã surgem com diversos equipamentos de segurança - como sistema de frenagem de emergência autônomo, alerta de mudança de faixa e monitoramento da pressão dos pneus.
Todas as versões contam com quatro airbags (vale lembrar, no Onix são seis, de série). E o de controle de estabilidade e tração vem a partir das versões intermediárias Evolution.
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Já tive a oportunidade de dirigir ao menos uma dezena de unidades do HB20. A Hyundai sempre pareceu mais cuidadosa e detalhista que as rivais, como se enxergasse o produto como um veículo ainda mais luxuoso.
O novo HB20 não traz carregamento de celular por indução como o Onix, mas conta com uma entrada USB especial localizada no console pode fazer a recarga rápida. Ótimo para emergências, não?
Novo Hyundai HB20 por dentro
Assim como o rival, a tela multimídia é flutuante com todas as conectividades de espelhamento para celulares Android e iOS. Os sistemas permitem que o motorista acesse aplicativos de streaming como o Spotify e replique os dados de navegação do Google Maps na tela. Vale lembrar que o HB20 não tem GPS nativo, algo que pode ser um empecilho em localizações de baixo sinal de internet.
Se por dentro o Onix é uma evolução do compacto de 2012, o HB20 já parece com um carro totalmente novo. Não há um só detalhe no painel que lhe fará lembrar da geração anterior, com design totalmente diferenciado.
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Os materiais são de boa qualidade, aproveitando texturas para criar um habitáculo mais refinado. Ao contrário do GM, há inserções de imitação de couro no apoio de braço das portas - inclusive nas traseiras.
Ao menos para mim, o cluster digital da versão Diamond Plus parece antiquado, mas todas as informações básicas para o condutor continuam lá. O volante multifuncional é bonito e facilita bastante a navegação do veículo.
Antes de iniciar o teste rodoviário, a Hyundai preparou um traçado bem técnico na pista de quase dois quilômetros do Aeroporto de Una-Comandatuba, onde testei apenas o hatchback. Não é difícil encontrar a melhor posição para guiar o HB20 e o confortável banco de couro conta com pequenas abas que seguram bem o motorista.
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Pisando fundo, o motor 1.0 turbo de 120 cv de potência e 17,5 kgfm de torque mostra muita disposição. O câmbio é elástico e faz as trocas de marcha no tempo certo, mesmo que o motorista esteja optando por uma condução mais agressiva. Ao fim da pista do aeroporto, vejo o cluster digital marcar 175 km/h antes de uma drástica reduzida.
Faço curva para a esquerda, contornando uma rotatória formada por cones com agilidade. O indicador do controle de estabilidade e tração pisca no painel enquanto o HB20 é “realocado nos trilhos” da pista. A Hyundai ainda não divulgou os números de 0 a 100 km/h, mas fica bem claro que o hatchback
é valente e dinâmico.
Na estrada com o HB20
Após os testes no aeroporto, saio na direção sul com o HB20S
. As rodovias baianas não são um grande exemplo de conservação, mas a suspensão faz bom trabalho no alívio de impactos.
Mesmo nas saídas de lombadas rápidas, o modelo parou de “quicar” o eixo traseiro, superando ruas avariadas com suavidade. Na comparação com a geração anterior, melhorou bastante.
Ultrapassagem em estrada é o grande trunfo deste sedã bom de viajar. Basta dar um ou dois toques nas aletas para trocas de marcha atrás do volante e pisar fundo para que o HB20S responda imediatamente.
Na configuração turbinada, a Hyundai diz que mais de 80% do torque está disponível a 1.500 rpm. O câmbio de seis marchas é bem escalonado e não dá trancos, proporcionando o bom consumo de 14 km/l na estrada (com gasolina), de acordo com o que marcou o computador de bordo durante a avaliação.
O Hyundai HB20 se mostrou tão evoluído na parte dinâmica e nos demais aspectos que me fez esquecer a polêmica sobre o design. Basta saber se o modelo poderá igualar as vendas da nova geração do Onix - que contará com a antiga versão Joy para dar “volume”.
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Em algumas semanas, levaremos os dois para a nossa redação - dessa vez, em São Paulo - para uma comparação mais sólida. Mas a primeira impressão ao volante do novo Hyundai HB20 é positiva.