Anísio Campos esteve na linha de frente da indústria automotiva, na era dos fora de série
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Anísio Campos esteve na linha de frente da indústria automotiva, na era dos fora de série

O saudoso Anísio Campos, pai do Puma DKW, faleceu esta semana aos 86 anos. Ao lado de Marcio Piancastelli, é lembrado como um dos grandes designers da indústria brasileira. Entre 1960 e 1990, a época em que veículos fora de série entraram em evidência, assinou a criação de mais de quinze modelos.

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Apaixonado por design, Anísio também se arriscou nas pistas. Fez parte da geração que ficou marcada na Era de Ouro do Automobilismo Brasileiro, ao lado de Bird Clemente, Luis Pereira Bueno e Emerson Fittipaldi. Como tributo, a reportagem do iG relembra 5 carros que fizeram parte da trajetória de sucesso de Anísio Campos .

1 - Puma DKW

Criação de Campos, o Puma DKW foi é uma das grandes raridades nacionais dos dias de hoje
Renato Bellote/iG
Criação de Campos, o Puma DKW foi é uma das grandes raridades nacionais dos dias de hoje

Por que não começar pelo carro de maior sucesso desenhado por Anísio? Apresentado durante o Salão do Automóvel de 1966 - dividindo as atenções com Ford Galaxie e Aero Willys - o Puma DKW caiu no gosto do brasileiro pelo design inspirado no GT Malzoni das pistas. O público comum finalmente poderia ter um “carro de corrida” na garagem.

Ele era montado com motor de três cilindros (sim, nos anos 60) de 981 centímetros cúbicos, com 60 cv de potência e tração dianteira. Apenas 125 unidades foram produzidas antes da DKW Vemag ser comprada pela Volkswagen. É um dos carros nacionais mais raros da atualidade.

2 - Dacon 828

Dacon 828 foi um subcompacto com motor do Fusca 1.600. A lanterna traseira veio da Kombi
Divulgação
Dacon 828 foi um subcompacto com motor do Fusca 1.600. A lanterna traseira veio da Kombi

Quando falamos da categoria dos “supermini nacionais”, é normal lembrar do saudoso Gurgel. Mas Anísio Campos também teve sua glória ao desenhar o pequeno 828 para a Dacon. Vendido entre 1982 e 1986, o subcompacto de apenas 2,5 metros montado sobre rodas aro 10 não foi um grande exemplo de sucesso. Apenas 46 unidades foram vendidas.

O motor 1.6 Boxer de quatro cilindros foi emprestado pelo Volkswagen Fusca, acoplado ao câmbio manual de quatro marchas. Entre suas principais características, as portas dianteiras foram “recortadas” para evitar que o 828 raspasse na calçada. Unidades bem conservadas variam entre R$ 45 mil e R$ 60 mil nos classificados online. Raridade, não?

3 - Vemag Carcará

Executivos posam ao lado do recordista Carcará
Reprodução/Vemag
Executivos posam ao lado do recordista Carcará

Antes da Vemag ser adquirida pela Volkswagen em 1966, o presidente da marca, Jorge Lettry, sugeriu que Anísio Campos desenhasse um modelo para ficar na história - como um legado da empresa que deixaria de existir na metade daquele ano. O objetivo era bater o recorde brasileiro e sul-americano de velocidade com um veículo aerodinâmico. Eis que nascia o Carcará.

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Com chassi tubular e trans-eixo de DKW, o Carcará conseguiu atingir 214 km/h, ficando abaixo da previsão inicial de 230 km/h. Nada mal, considerando o motor de apenas 105 cv de potência que era capaz de girar até 7.000 rpm.

4 - PAG Nick

Rara unidade do PAG Nick durante encontro de entusiastas automotivos da Volkswagen
Reprodução/Instagram
Rara unidade do PAG Nick durante encontro de entusiastas automotivos da Volkswagen

Motor 2.0 de 121 cv do Gol GTi , estrutura de Saveiro e lanternas de Quantum. O PAG Nick foi um fora de série com personalidade! Com opções de dois e quatro lugares, sua produção foi muito abaixo das expectativas pelo alto preço. Em tempos menos informatizados, estima-se que apenas 200 unidades foram produzidas.

O PAG - abreviação para Projects d’Avant Garde (projetos de vanguarda) - foi descontinuado em 1990. Com a abertura das importações na Era Collor, um veículo fora de série e caro como ele já não fazia mais sentido no mercado que ganhava competitividade.

5 - Engerauto Topazzio

Misto de picape e esportivo, Engerauto Topazzio era feito com base na Ford Pampa por uma concessionária
Divulgação
Misto de picape e esportivo, Engerauto Topazzio era feito com base na Ford Pampa por uma concessionária

A Engerauto foi criada no final de 1983, e inicialmente administrava algumas concessionárias Ford na capital paulista. Seguindo o exemplo da Dacon, logo surgiram os primeiros fora de série com base nos veículos da marca americana. O mais conhecido entre eles é o Topazzio, feito com base na picape compacta Pampa.

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Anísio Campos foi ousado. Sua intenção era projetar um esportivo que ainda mantivesse as características de caminhonete - logo, optou por deixar uma pequena caçamba aparente. Entre as soluções mais absurdas, ferramentas e macaco foram alojados dentro do para-lama esquerdo. A Engerauto continuou fabricando veículos pesados, até o encerramento de suas atividades.

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