Você lembra como era a indústria automotiva em dezembro de 2009? O Gol era o carro mais vendido, seguido por Uno Mille (a geração atual ainda estava para sair) e Fiat Palio. Além da presença de Celta e Classic entre os modelos mais vendidos, nenhum SUV ocupava uma posição de respeito no ranking nacional. O modelo de destaque na categoria dos utilitários era o EcoSport, que liderou as vendas por quase dez anos.
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Em dez anos, o mercado brasileiro mudou completamente. Tivemos o pico de vendas em 2012, seguido por uma abrupta crise econômica que cortou a indústria pela metade. Marcas como Nissan, Land Rover e BMW abriram fábricas, enquanto outras oscilaram entre idas e vindas. Uma década intensa, isso é inegável.
Mas ao longo deste período de altos e baixos, algumas fabricantes tiveram ideias geniais que salvaram o faturamento na crise. Partindo disso, a reportagem do iG Carros revela as cinco melhores ideias que as equipes de engenharia tiveram entre 2010 e 2019. Acompanhe!
1 - Chevrolet Onix, o hatch que popularizou a conectividade
A GM queria um carro para substituir o Corsa, que já estava no fim de seu ciclo de vida em 2010. A estratégia, na prática, era bem simples: lançar um carro barato e econômico que contasse com recursos de conectividade de modelos mais caros. Foi assim que nasceu o Chevrolet Onix , o veículo mais vendido da década.
A maior contribuição da Chevrolet para a competitividade da indústria foi o sistema MyLink de mídia. Ele era tão desejado que chegou a virar critério de compra entre os clientes da GM. Em sua nova geração lançada em novembro de 2019, a Chevrolet subiu o sarrafo novamente, adicionando conectividade wi-fi e seis airbags de série.
2 - Hyundai HB20, o modelo que o brasileiro sempre sonhou
Também precisamos falar do HB20, o grande responsável pelos números positivos da Hyundai Brasil entre 2010 e 2019. Na virada da década, a marca coreana iniciou um profundo estudo sobre o que o público brasileiro mais desejava em um veículo compacto. O design, então, foi prioridade.
De fato, muitas pessoas compraram o HB20 por que ele parecia mais caro que outros modelos de sua categoria. Compare o farol simples de um VW Gol com o componente do hatch coreano; havia mais complexidade no projeto da Hyundai. No fim de 2012, a fila de espera para retirar o modelo era de quase dois meses. Um verdadeiro sucesso!
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3 - Fiat Toro, a campeã de faturamento para a FCA
A integração do Grupo Fiat Chrysler talvez tenha sido o principal fenômeno da indústria na década. Pela primeira vez, modelos da marca italiana poderiam se beneficiar da engenharia da Jeep - e a primeira “filha” da união foi a Fiat Toro.
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Ela não foi pioneira na categoria das picapes intermediárias, mas foi a que melhor executou a ideia. Com a Fiat Toro, os brasileiros puderam ter uma picape a diesel, 4x4, cabine dupla, sem ter que recorrer às caríssimas picapes médias - como Toyota Hilux, Chevrolet S10 e Ford Ranger. Na próxima década, Volkswagen, Hyundai e Chevrolet também terão modelos na categoria.
4 - Honda WR-V, o primeiro crossover compacto
Este foi o primeiro projeto original da Honda para a América Latina, conduzido inteiramente por brasileiros. A marca japonesa estudou o mercado e descobriu que existia uma lacuna abaixo do HR-V para um novo SUV compacto. Os engenheiros, então, se basearam na plataforma do Fit para criar um novo crossover. Eis que nascia o WR-V.
Ele não é necessariamente um exemplo de best-seller, mas lançou tendência no mercado. A Volkswagen, por sua vez, já prepara um novo rival para o WR-V para 2020: o Nivus, feito com base no Polo. Durante a próxima década, teremos outros lançamentos na categoria.
5 - Toyota Corolla Hybrid, o híbrido flex inédito
Finalizamos a lista com um lançamento recente: o Corolla Altis com novo motor 1.8 híbrido flex. A Toyota se comprometeu a eletrificar todos os seus veículos globalmente, e apostar em um sedã médio ao gosto do brasileiro mostra que isso inclui o nosso mercado.
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Trata-se do mesmo motor de 122 cv do Prius, com algumas diferenças de componentes. Vale lembrar que o etanol é mais corrosivo que a gasolina, portanto, algumas peças foram feitas exclusivamente para a versão flex. Aliado ao câmbio CVT do tipo planetário, o Corolla Hybrid pode marcar até 17 km/l na cidade.