O grande sonho do brasileiro em ascensão nos anos 80 e 90 era ter um sedã médio. Este já é um hábito quase tradicional, sedimentado nos áureos tempos de Santana e Monza no mercado. Mas apesar do sucesso de ambos os modelos, a categoria teve seu ponto de virada a partir da chegada de uma dupla oriental que já fazia muito sucesso no exterior: Honda Civic e Toyota Corolla .
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O Toyota chegou importado do Japão em sua sétima geração com motor 1.6 básico de 115 cv - número considerável para sua estreia, em 1991. Quatro anos depois, a marca trouxe o Corolla com os polêmicos faróis redondos “bug-eye”, algo que foi corrigido após sua nacionalização em 1998 - no complexo industrial de Indaiatuba (SP).
Em 2003, iniciou-se o grande “ponto de virada” na vida do Toyota Corolla no Brasil: o lançamento da nona geração, e segunda nacional. Com Brad Pitt como garoto propaganda, o sedã médio trazia o moderno 1.8 de 136 cv de potência a 6.000 rpm e 17,5 kgfm de torque. O câmbio poderia ser manual de cinco velocidades ou automático de quatro.
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Alguns tópicos fizeram essa geração do Corolla se destacar no mercado nacional. Para começar, ele foi de 4,39 metros de comprimento para 4,53 m - crescimento expressivo de uma geração para outra. A distância entre eixos também se prolongou de 2,46 metros para 2,60 m, liberando muito espaço para os joelhos dos ocupantes do banco traseiro. Com 437 litros de capacidade no porta-malas, ele também ganhou mais espaço para bagagem, uma vez que a primeira geração nacional tinha apenas 406 litros.
A Toyota também caprichou no acabamento do Corolla “Brad Pitt”. Seu painel era inteiramente revestido por material macio, que continuava pelas portas. As versões que traziam banco de couro se destacavam pela qualidade do material. Mesmo nos dias de hoje, não é difícil encontrar um Corolla dessa geração com os bancos de couro originais, em estado impecável.
Este talvez tenha sido o grande responsável pela consagração do “Brad Pitt” no Brasil: a durabilidade. O motor apresentava uma mecânica muito sólida, ao ponto de dificilmente dar qualquer tipo de problema com a manutenção preventiva em dia. Os donos de modelos seminovos também destacam a qualidade da transmissão automática de quatro velocidades, que é quase indestrutível.
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Sem problemas crônicos, os mecânicos recomendam a revisão e substituição dos bicos injetores entre 80 mil e 100 mil quilômetros rodados. O óleo do câmbio automático também deve ser verificado com frequência, para assegurar o status de “tanque de guerra” pela resistência.