O surto da doença causada pelo novo coronavírus , o COVID-19 , vem causando grandes impactos em todo o mundo. Com quase 500 casos confirmados no Brasil, o alerta vermelho foi emitido em todas as capitais com transmissão local, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
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Os impactos no mundo automotivo também já podem ser sentidos. Marcado para acontecer no início do mês, o Salão de Genebra (Suíça) teve suas portas fechadas para o público e exigiu criatividade por parte das participantes. Apresentações foram feitas via streaming. Já o Salão de Pequim (China) foi cancelado, sendo remarcado para o dia 21 de abril.
Para enumerar o que vem sendo feito no Brasil, a reportagem do iG Carros mostra os primeiros impactos do COVID-19 na indústria automotiva . Acompanhe.
Salão do Automóvel foi postergado para 2021
O tradicional Salão do Automóvel, no São Paulo Expo , que aconteceria em novembro, já estava ameaçado pela ausência de várias fabricantes, mas a chegada do COVID-19 ao Brasil foi fundamental para a organizadora Reed Exhibitions adiar o evento para 2021, ainda sem data definida.
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Com o adiamento, as fabricantes buscarão formatos inovadores para a adaptação aos novos paradigmas. Em todo o mundo, os salões se mostram em baixa há alguns anos, recebendo cada vez menos visitas.
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Fábricas dispensam funcionários
Até o momento, duas fabricantes erradicadas no Grande ABC de São Paulo, Vale do Paraíba e no interior do Rio Grande do Sul anunciaram que vão dispensar seus funcionários. Em Gravataí, São José dos Campos e São Caetano do Sul, a Chevrolet colocará os trabalhadores em recesso entre os dias 30 de março e 12 de abril, interrompendo a fabricação de Onix, Onix Plus, Tracker, S10, Trailblazer e Spin temporariamente.
Em São Bernardo do Campo, a Mercedes-Benz interrompeu a fabricação de caminhões e utilitários entre os dias 30 de março e 19 de abril. Nos dois casos, há estoques suficientes para abastecer a rede. Outras montadoras da região, como Toyota e Volkswagen , assim como os diversos fornecedores de peças automotivas do Grande ABC, também deverão interromper suas atividades para a quarentena.
Vendas não são afetadas na primeira quinzena
Com o estado de pandemia mundial decretado apenas no dia 11 de março, as vendas da primeira quinzena de março não foram afetadas pelo surto do COVID-19 . De acordo com a Fenabrave (Federação Nacional de Distribuição de Veículos), foram comercializados mais de 112 mil veículos neste período, com subida de 8,3% na comparação com 2019.
Por outro lado, especialistas explicam que a alta nas vendas na comparação com o último ano tem relação com o carnaval de 2019, que foi celebrado nas primeiras semanas de março. A expectativa, entretanto, é que as vendas tenham queda expressiva no fechamento do mês.
Especialistas avaliam a situação
Para o consultor de mercado José Carlos Secco, a indústria automotiva sofrerá com a propagação do COVID-19 pelos próximos dois ou três meses. "Estamos no começo de uma curva exponencial de contágios, mortes e uma nova recessão econômica", avalia o especialista em seu podcast. "A indústria automotiva ainda não recuperou os números obtidos em meados de 2012 e 2013. E tudo indica que enfrentaremos, pelo menos, mais um trimestre duro e penoso para grande parte das empresas da área".
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Secco também avalia que não há como prever os impactos da paralisação na indústria. "As medidas do governo para reduzir o impacto na economia poderão amenizar, mas nada substitui o consumo direto que faz girar o mercado. Sem poder sair de casa, em alguns casos, sem ganhar dinheiro, como pensar em gastá-lo?", finaliza.