O preço médio da gasolina no Brasil foi avaliado em R$ 4,56 na última semana, com variação de 18% ao longo de 2020. A alta também reflete no preço do etanol , que está mais elevado e atingiu os maiores patamares desde 2016.
Quem tem um veículo flex tenta se “blindar” da oscilação, abastecendo com o combustível que estiver compensando mais. O cálculo mais popular se chama “diferença dos 70%”. Neste caso, se o valor do etanol está até 70% o preço da gasolina, abastecer com o combustível de cana-de-açúcar será melhor para o bolso. Mas com a evolução recente dos modelos flex, especialistas afirmam que a regra não é mais aplicável.
“Alguns veículos podem compensar mais na cidade com etanol, outros com gasolina. É algo que alterna bastante, não apenas de carro para carro, mas também entre os motoristas”, diz Raquel Mizoe, diretora de veículos leves da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA).
Por conta das diferenças que podem confundir, Petrobras, Inmetro e o Ministério de Minas e Energia criaram um aplicativo chamado PBE Veicular , disponível para download em smartphones Android e iOS. A partir dele, é possível fazer a busca de qualquer veículo (considerando ano de fabricação, marca, modelo e motorização) e identificar qual é o melhor combustível para abastecer em determinada situação.
Para obter o cálculo, basta sinalizar em porcentagem se você circula mais na cidade ou na estrada, incluindo a quilometragem média mensal. Em seguida, é só incluir o preço da gasolina e do etanol na sua cidade para obter a planilha de quanto será gasto de cada combustível mensalmente e anualmente.
Apesar dos cálculos serem obtidos com base na etiquetagem do Inmetro, a diretora da AEA ressalta que os resultados podem não ser 100% conclusivos. “Os dados de etiquetagem são uma boa referência, mas na vida real cada um dirige de uma forma”, aponta Raquel. “Os números de consumo vão depender do quanto o condutor acelera ao sair do semáforo, se ele prefere andar com o ar-condicionado ligado e até mesmo da altitude da cidade”.