Quem poderia imaginar que quase 20 anos após o lançamento do VW Gol Total Flex, o primeiro veículo que poderia ser abastecido tanto com gasolina quanto etanol , a demanda por veículos “ bicombustíveis ” chegaria até o segmento de luxo? Durante as últimas duas décadas, modelos flex foram alguns dos que mais evoluíram. Tudo para contornar o eterno “sobe e desce” do preço dos combustíveis no Brasil.

A reportagem do iG Carros enumera as principais evoluções que veículos com motores flex tiveram em seus conjuntos mecânicos ao longo dos últimos vinte anos. Pode parecer que não, mas muita coisa mudou.

1 - Injeção direta de combustível

O Ford Focus da terceira geração foi o primeiro modelo a contar com injeção direta de combustível
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O Ford Focus da terceira geração foi o primeiro modelo a contar com injeção direta de combustível

Em 2013, a Ford apresentou o primeiro motor flex com injeção direta de combustível . Estamos falando do Duratec 2.0 Direct Flex que equipou a terceira geração do finado Ford Focus. O modelo era capaz de desenvolver 178 cv de potência e 22,1 kgfm de torque.

A injeção direta de combustível flex otimiza o rendimento para melhorar o aproveitamento de energia, deixando o Focus ainda mais econômico e eficiente. Em outras palavras, o combustível é queimado na hora certa para extrair o máximo de energia e melhorar o torque, reduzindo o nível de emissão de gás carbônico na atmosfera. 

Com o tempo, o recurso foi se popularizando. Alguns motores flex, como a família Fire EVO da Fiat e o propulsor 1.0 do Renault Kwid, ainda não contam com injeção direta de combustível. Porém, é uma tendência de mercado que veio para ficar.

2 - Adeus, tanquinho

Tanquinho de partida a frio não pode ser esquecido no inverno
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Tanquinho de partida a frio não pode ser esquecido no inverno

Quem nunca esqueceu de encher o tanquinho de partida a frio e teve uma péssima surpresa durante o inverno? O reservatório de gasolina localizado no motor tinha a função de injetar pequena quantidade do combustível fóssil no momento da partida, uma vez que o poder de combustão do etanol é mais baixo.

O primeiro veículo flex a excluir o recurso do tanquinho de partida a frio foi o Volkswagen Polo E-Flex, de 2009, graças ao sistema Flex Start desenvolvido pela Bosch. Segundo a fabricante, além de dar tranquilidade ao proprietário, a exclusão do tanquinho deixou o Polo menos agressivo ao meio-ambiente. Depois do VW, veio do Peugeot 208 Flex Start.

 3- Três cilindros

Motor 1.5 de três cilindros desenvolvido pela Ford; equipa Ka e EcoSport
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Motor 1.5 de três cilindros desenvolvido pela Ford; equipa Ka e EcoSport

O consumidor brasileiro sempre gostou de números grandes. Por este motivo, o VW Golf 1.6 aspirado vendeu mais que o 1.0 turbo de três cilindros , ainda que ele fosse mais eficiente e tecnológico. Bem, para o desespero de quem sempre torceu o nariz para modelos 1.0, a conta já não faz mais sentido.

Segundo as leis da termodinâmica, motores de três cilindros são os mais eficientes pela capacidade cúbica. Eles têm a mesma cilindrada de um propulsor de quatro cilindros, mas pela menor quantidade de peças e redução de atrito, acabam rendendo mais e sendo mais duráveis.

Motores de três cilindros também favorecem o torque, pois com um cilindro a menos, a perda de calor durante o processo de funcionamento tende a ser menor. O primeiro veículo flex com motor de três cilindros do Brasil foi o Kia Picanto, que chegou em 2011 e revolucionou a categoria.

 4- Turbo

Volkswagen Up! TSI surpreendeu pela agilidade; modelo acelera de 0 a 100 km/h em 9 segundos
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Volkswagen Up! TSI surpreendeu pela agilidade; modelo acelera de 0 a 100 km/h em 9 segundos

A Volkswagen lançou tendência de mercado quando apresentou o Up! TSI em 2014. O compacto chamou atenção por trazer o primeiro motor 1.0 turbo de três cilindros do Brasil abaixo do capô, desenvolvendo 105 cv de potência e 16,8 kgfm. Naquela época, estes números eram alcançados apenas por modelos 1.4 e 1.6.

O turbo do Up! TSI tem rotor de 37 mm forjado que gira 215 mil vezes por minuto, com pressão relativa em torno de 0,9 bar. O recurso amenizou o retardo de resposta do acelerador, melhorando o torque e acrescentando toques de esportividade na condução. 

Para se ter uma ideia de como modelos flex ficaram mais econômicos nos últimos anos, o VW Gol 1.6 Total Flex de 2004 era capaz de marcar 7,1 km/l na cidade e 10,4 km/l na estrada com etanol, subindo para 10,4 km/l na cidade e 13,7 km/l na estrada com gasolina.

Já o Up! TSI pode aferir 9,6 km/l na cidade e 14,1 km/l na estrada com etanol, e 11,1 km/l na cidade e 16 km/l na estrada. Vale lembrar que dez anos separam o lançamento dos veículos.

As versões intermediárias e topo de linha do modelo mais vendido do Brasil em 2020, o Chevrolet Onix, contam com motor 1.0 turbo de três cilindros. Enfim, o preconceito com modelos 1.0 chegou ao fim.

 5 - Start-Stop

Fiat Uno Evolution não teve boa fama no mercado
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Fiat Uno Evolution não teve boa fama no mercado

Explicar o start-stop é bem simples. Trata-se de um sistema que desliga o veículo automaticamente quando ele está inerte, como no semáforo. Com o tempo, o recurso foi aperfeiçoado, ao ponto de que nos dias de hoje, alguns modelos são capazes de desligar antes mesmo de parar completamente.

O primeiro carro flex a inaugurar o sistema foi o Fiat Uno Evo, em 2015. O modelo foi elogiado pela economia de combustível, mas seu câmbio do tipo Dualogic não agradou o mercado. Hoje, o start-stop é um recurso comum. 

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