Em Londres, as novas soluções de mobilidade vão deixar os tradicionais táxis pretos cada vez mais obsoletos
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Em Londres, as novas soluções de mobilidade vão deixar os tradicionais táxis pretos cada vez mais obsoletos

A transição está sendo muito mais rápida do que se imaginava. Boris Johnson, primeiro-ministro do Reino Unido, anunciou na semana passada que a proibição da venda carros zero-quilômetro com motor a gasolina, a diesel ou a gás será antecipada.

A ideia inicial era que as restrições ocorressem entre 2035 e 2040. Agora, Johnson quer acabar com os automóveis novos com motor a combustão já em 2030 — daqui a apenas dez anos, portanto.

É uma revolução, ainda mais partindo de um político conservador e de um Reino Unido tão aferrado a tradições. Imagine que em breve todos os Rolls-Royce , Jaguar e Land Rover vendidos “em casa” terão que ser elétricos. Tudo para reduzir as emissões de CO2 e outros gases de efeito estufa, e alcançar as metas previstas no Acordo de Paris, de 2015.

Ainda que as vendas dos carros 100% elétricos no Reino Unido estejam crescendo rapidamente, estes veículos representam hoje apenas 7% da frota de carros novos, enquanto os híbridos são 25%.

Marcas como Honda e Toyota , que têm fábricas na Inglaterra e no País de Gales, respectivamente, afirmam que não há como fazer a transição tão rapidamente para os 100% a bateria. Daí que alguns parlamentares britânicos estão propondo uma tolerância um pouco maior para os carros híbridos: 2035.

Como o Reino Unido, muitos países estão apertando seus prazos para proibir a venda de novos carros com motor a combustão. A Noruega já estabeleceu 2025 como último ano dos zero-quilômetro a gasolina ou a diesel em suas concessionárias. Holanda, Suécia, Eslovênia, Irlanda e Israel farão a transição em 2030.

A Dinamarca vai além: quer não apenas proibir as vendas em 2030 como, em 2035, retirar de circulação os automóveis convencionais. O Japão quer banir das lojas os veículos a gasolina e a diesel até meados da década de 2030.

Califórnia: 2035 é o limite

A Kombi elétrica da nova geração está a caminho como parte da grande investida da marca alemã
Divulgação
A Kombi elétrica da nova geração está a caminho como parte da grande investida da marca alemã

Dezenas de cidades, estados e províncias vão estabelecendo suas próprias datas de transição. O estado da Califórnia , nos EUA, e a província canadense de Quebec já anunciaram que vão proibir as vendas de carros novos a combustão em 2035. Paris vai banir os veículos a diesel de suas ruas a partir de 2025.

O projeto piloto mais importante é o de Hainan, a menor província da China. A ideia é que, até 2030, toda a frota dessa ilha com 9,3 milhões de habitantes seja de veículos elétricos (alimentados, principalmente, por energia solar e energia eólica). Se der certo, é provável que o país inteiro siga pelo mesmo caminho.

Este mês, Hakan Samuelsson, diretor executivo da , disse que banir de vez os veículos a gasolina e a diesel é melhor do que oferecer subsídios para estimular as vendas de modelos “a bateria”. A Volvo estima que, em 2025, 50% de suas vendas sejam de carros totalmente elétricos - a outra metade será de híbridos.

Já a Volkswagen espera vender 1,5 milhão de carros 100% elétricos, de sua nova linha ID., até 2025 (a previsão anterior era de 1 milhão).

Enquanto isso, no Brasil...

Um das únicas estações de carga rápida do Brasil fica no litoral paulista. No Brasil, os elétricos ainda são muito caros
Divulgação
Um das únicas estações de carga rápida do Brasil fica no litoral paulista. No Brasil, os elétricos ainda são muito caros

O Brasil, enquanto isso, não tem demonstrado grandes pretensões na área.

— O país corre o risco de ficar isolado. Sem carros elétricos, nosso parque produtivo ficará obsoleto e vamos cair mais posições no ranking de países produtores de veículos. O governo deveria estar preocupado em promover essa transição — alerta Adalberto Maluf, presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).

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