O governo japonês revelou no último dia 25 de dezembro mais detalhes do plano para banir até 2035 a venda de carros novos equipados com motores a gasolina, autorizando apenas a venda de automóveis híbridos e elétricos a partir desta data.
A proibição é parte de um pacote de ações para tornar o Japão neutro em emissões de carbono até 2050 e que vai envolver 14 setores da indústria. No caso dos automóveis, o alvo do governo para incentivar a venda de veículos híbridos e elétricos serão os incentivos para a redução no custo de produção de baterias.
Anunciada inicialmente em outubro, a intenção de banir os veículos a combustão gerou críticas da indústria. O presidente da Toyota, Akio Toyoda, chegou a afirmar que o banimento dos carros a gasolina irá prejudicar a indústria e afetar a demanda do país por eletricidade sem gerar benefícios ambientais, já que atualmente boa parte da energia do país é gerada por termelétricas a carvão.
Para rebater essa e outras críticas, o plano prevê a ampliação do número de estações de recarga de carros elétricos e também o investimento em fontes limpas de geração de eletricidade, como as usinas termelétricos movidas a hidrogênio e a ampliação do parque eólico do país para 45 GW em 2040. Estão previstos ainda incentivos fiscais para que empresas troquem caminhões convencionais por veículos elétricos com célula de hidrogênio.
Ainda de acordo com governo japonês, a expectativa é de que os investimentos e a demanda por produtos "limpos" gere um impacto positivo na economia de cerca de 90 trilhões de ienes (R$ 4,6 trilhões) em 2030.
O movimento segue a tendência de países europeus como o Reino Unido, que quer banir os carros a combustão a partir de 2030, e do estado americano da Califórnia, que também estabeleceu para 2035 o prazo máximo para a venda de carros zero km equipados somente com propulsores térmicos.