Ford Ka Sedan, junto com a versão hatch, além do SUV compacto EcoSport deixam de ser produzidos e vendidos no Brasil
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Ford Ka Sedan, junto com a versão hatch, além do SUV compacto EcoSport deixam de ser produzidos e vendidos no Brasil


A Ford anuncia nesta segunda-feira (11) que irá interromper este ano a produção de carros e peças no Brasil, como parte do plano de reestruturação da empresa na América Latina.


Primeira montadora de automóveis a se instalar no Brasil, em 1919, a Ford fazia os modelos Ka, Ka Sedan e EcoSport na fábrica de Camaçari (BA) e o 4x4 Troller T4, em Horizonte (CE), além de operar uma fábrica de motores e transmissões em Taubaté (SP). Nas fábricas de Taubaté e Camaçari, será mantida apenas a produção de autopeças para atender ao mercado de pós-venda. Já a fábrica da Troller irá deixar de operar no quarto trimestre de 2021.

“Estamos mudando para um modelo de negócios ágil e enxuto ao encerrar a produção no Brasil, atendendo nossos consumidores com alguns dos produtos mais empolgantes do nosso portfólio global. Vamos também acelerar a disponibilidade dos benefícios trazidos pela conectividade, eletrificação e tecnologias autônomas suprindo, de forma eficaz, a necessidade de veículos ambientalmente mais eficientes e seguros no futuro.”, destacou o CEO da Ford, Jim Farley, em nota divulgada pela empresa.

São Bernardo

Fábrica em São Bernardo do Campo (SP) foi fechada em 2019, onde já foram produzidos modelos lendários e, ultimamente, apenas caminhões
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Fábrica em São Bernardo do Campo (SP) foi fechada em 2019, onde já foram produzidos modelos lendários e, ultimamente, apenas caminhões


A Ford fechou 2020 como a quinta maior montadora do Brasil, com 139.255 automóveis e comerciais leves emplacados e uma fatia de 7,14% do mercado, apontam os números do Renavam divulgados pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores). Cenário bem diferente de 2015, quando a Ford detinha 10,24% do mercado e era a quarta maior montadora do país.

Em nome da lucratividade do negócio, a Ford promoveu uma série de mudanças nos últimos anos, sendo que até então a mais importante tinha sido o fechamento da fábrica de São Bernardo do Campo (SP), em 2019. Adquirida com a compra da Willys Overland em 1967, a unidade industrial chegou a ser a mais importante da marca no país, mas fechou as portas produzindo apenas o hatch Fiesta e os caminhões da linha Cargo.

Com a reestruturação, os modelos Ka, EcoSport e Troller T4 deixam de ser oferecidos pela empresa, fazendo com que a linha da Ford fique restrita apenas aos importados Ranger (Argentina), Edge (Canadá), Territory (China) e Mustang (EUA).

Ainda este ano, a marca do oval pretende iniciar a importação do SUV médio Bronco, produzido no México, e da van Transit (Uruguai). O plano de produção da Ford na Argentina e Uruguai segue inalterado. No Brasil, a presença ficará restrita ao Centro de Desenvolvimento de Produto, na Bahia, ao Campo de Provas de Tatuí (SP) e à sede administrativa, em São Paulo (SP). Sem dúvida, a Ford está na maior encruzilhada da sua história , não apenas no Brasil, mas no mundo.

Fim de uma era

EcoSport, primeira exibição da Ford em 2002 no Salão do Automóvel. Precursor dos SUV compactos do Brasil, o carro foi lançado em 2003
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EcoSport, primeira exibição da Ford em 2002 no Salão do Automóvel. Precursor dos SUV compactos do Brasil, o carro foi lançado em 2003

O encerramento da produção da Ford no Brasil é um capítulo bastante trágico da história da indústria automotiva no País. A unidade de produção em Camaçari (BA) foi inaugurada em março de 2002, quando mostraram em primeira mão o protótipo Fiesta Flex, que acabou não sendo o primeiro modelo do gênero, já que a VW saiu na frente com o Gol Total Flex, no início de 2003.

Além do primeiro modelo flex produzido no Brasil, apesar de ainda como um conceito, a Ford também inaugurou o segmento de utilitários esportivos com o EcoSport , lançado em 2003, em Manaus (AM). O carro foi um sucesso absoluto e ficou sozinho no mercado por mais de cinco anos, com a chegada dos primeiros rivais diretos, como o Chevrolet Tracker e o Renault Duster.

A equipe de engenharia da Ford no Brasil também foi responsável pela introdução de conceitos inovadores e de alta qualidade no País. Entre os exemplos estão os motores de três cilindros, de 1.0 e 1.5 litro de cilindrada. Ambos contam com variadores de fase nos comandos de válvulas, correia dentada que precisa ser trocada apenas a cada 260 mil km, entre outros itens.

Com o fim da produção dos modelos da Ford no Brasil, a participação de mercado da marca deverá cair ainda mais. Considerando as vendas de automóveis e comerciais leves, a Ford ocupa hoje em dia quinta posição, com 7,14% ,atrás de Toyota (7,07%) e Renault (6,75%), segundo o balanço de 2020 da Fenabrave (Federação dos Distribuidores de Veículos). Ambas deverão ultrapassar a Ford, que corre o risco de ficar com apenas o oitavo lugar em vendas no País em poucos meses. 

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