Enquanto a Ford fecha fábricas no Brasil, produção no México continua a todo vapor; entenda o motivo
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Enquanto a Ford fecha fábricas no Brasil, produção no México continua a todo vapor; entenda o motivo

Com os impactos da pandemia causada pelo novo coronavírus , a Anfavea (Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores) divulga que a produção caiu 31,6% em 2020, recuando 16 anos. As fabricantes esperam recuperação de 25% em 2021 no que se refere à produção. Com isso o Brasil cai para 9º lugar no ranking mundial.

Segundo a Anfavea, a pandemia interrompeu o ciclo de três anos de recuperação da crise de 2015 e 2016 , período marcado por moedas internacionais voláteis e impeachment. Antes do novo coronavírus se tornar um problema global, as fabricantes esperavam crescimento de 10% para 2020 . As vendas ao mercado interno fecharam com 2.058.437 unidades, queda de 26,2%, recuando ao patamar de 2016, auge da última crise econômica brasileira.

Com este cenário, duas fabricantes fecharam suas fábricas de automóveis no Brasil: Mercedes-Benz , em Iracemápolis (SP), e a Ford , em Taubaté (SP), Camaçari (BA) e Horizonte (CE). Neste período conturbado, há um lugar para buscar novas oportunidades, e este é o tema do iG Carros Podcast de hoje:

O México tem se tornado uma espécie de “China” das Américas; um ponto estratégico para manter fábricas de grande volume. Todas as fabricantes brasileiras tradicionais ( Fiat , Chevrolet , Volkswagen e Ford ) contam com complexos industriais no país, assim como as japonesas ( Honda , Nissan e Toyota ).

O México tem posição estratégica no continente. Ali são feitos os carros que podem ser exportados para o resto da América do Norte, América Central, Caribe e América do Sul. Em tempos de vendas enxutas e revoluções de mobilidade, é mais barato investir em apenas uma linha de produção para abastecer o continente.

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Principais produtos da Volkswagen nas Américas são produzidos no México
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Principais produtos da Volkswagen nas Américas são produzidos no México

Um estudo da Anfavea aponta que o carro brasileiro custa até 44% a mais para ser produzido na comparação com o México. Isso ocorre por conta dos custos trabalhistas , que são mais baixos.

Segundo o Departamento de Estatística do Trabalho dos Estados Unidos, os encargos trabalhistas brasileiros já correspondem a 32,4% dos custos de mão de obra da indústria. No México, este número fica na faixa de 27%. Estes são os gastos que um empregador tem com décimo-terceiro, adicionais de remuneração, férias, licenças e auxílio transporte e alimentação.

O Brasil ainda se beneficia de um acordo comercial firmado há quase 20 anos com o governo mexicano, recurso que proporciona redução de impostos para veículos que são importados de lá.

Com a crise econômica e a desvalorização do real, o acordo de livre comércio desestimula novos investimentos para a produção de automóveis no Brasil. O melhor exemplo é o novo Nissan Versa, modelo que ainda não tem previsão para ser nacionalizado em Resende (RJ), ao lado do Kicks. Ao menos nos próximos anos, ele continuará sendo produzido apenas no México e exportado sem taxas para o Brasil.

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