A fábrica da Fiat em Betim (MG) completa 45 anos como uma das maiores do mundo e em fase de mudanças para começar a fabricar uma nova família de modelos. Um deles será o SUV compacto Pulse, que chega no mês que vem, com novo motor 1.0 turboflex, que funcionará com câmbio automático de seis marchas.
Hoje em dia, a unidade de produção mineira produz os modelos Uno , Fiorino , Doblò , Grand Siena , Nova Strada , Mobi e Argo. Além disso, são produzidas as famílias de motores Fire, Firefly e GSE Turbo. São empregadas 13 mil pessoas, cerca de metade de todos o efetivo de Stellantis na América do Sul.
A comemoração dos 45 anos coincide com a volta da marca ao topo do mercado. No primeiro semestre do ano, a Fiat foi a marca mais vendida, com 22,1% de participação de mercado acumulada. Também é a marca líder na América do Sul no período, com 14,8% de participação nas vendas totais.
Hoje, a fábrica é o centro de um polo automotivo que reúne mais de 120 fornecedores em torno de Betim (MG). A atração de fornecedores e adensamento industrial começaram na década de 1990. É o processo chamado de “mineirização”, que permitiu à Fiat operar nos sistemas Just In Time (JIT) e Just In Sequence (JIS), com sucessivos ganhos para sua competitividade.
O Polo Automotivo Fiat é a maior fábrica de veículos da América Latina e uma das maiores do mundo. Ocupa uma área de 2,2 milhões de metros quadrados e tem capacidade para produzir 700 mil automóveis e comerciais leves por ano e 1,3 milhão de unidades de motores e transmissões . Desde sua fundação, produziu mais de 16 milhões de veículos, dos quais 3,6 milhões foram exportados.
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Pioneiros que saíram de Betim (MG)
O primeiro modelo fabricado em Betim (MG) foi o Fiat 147 , que não apenas ficou marcado como o que estreou a leva dos movidos a etanol como também o pioneiro com motor transversal no Brasil, em 1976. No ano seguinte, foi dedicado ao aperfeiçoamento técnico do produto, além da produção de novas unidades que foram sendo submetidas a diversos testes.
Em 1978, a Fiat desenvolveu o motor 1.3, que acabou se mostrando mais adequado para o uso do etanol que o propulsor a gasolina de 1.050 cm3, até então utilizado no 147. Em setembro de 1978, um Fiat 147 100% a etanol realizou o que viria a ser o teste definitivo para criação do primeiro motor brasileiro a etanol: uma viagem de 12 dias e 6.800 quilômetros de extensão pelo país, com variações climáticas de mais de 30 graus centígrados.
Depois do Fiat 147, a marca passou a desenvolver o sistema de alimentação por carburador duplo. E foi justamente a tecnologia do carburador duplo que, no início dos anos 1990 trouxe mais um feito histórico para a marca: o carro 1.0 mais rápido e veloz do mundo, o Uno Mille Brio , em 1991.
Outro pioneiro que saiu da fábrica em Betim (MG) foi o sedã Tempra com motor de 16 válvulas, quatro por cilindro, em 1993. Com injeção eletrônica aliada a um moderno motor 2.0, gerava 127 cv e 18,4 kgfm de torque a 4.750 rpm. Na versão turbo , com 2.0, de oito válvulas, conseguiram chegar nos 165 cv, que era a mesma potência do motor 3.0, de seis cilindros, aspirado do Chevrolet Omega.
E com a nova geração da picape Strada , a Fiat também foi a primeira a lançar um carro com sistema multimídia com pareamento sem fio. O próximo modelo que a marca vai produzir em Betim (MG) será o SUV Pulse , com a nova plataforma MLA, que que é feita com 66% de aços de alta resistência, de acordo com a fabricante.