Se você mora em uma cidade grande como São Paulo, Rio de Janeiro ou Curitiba, já deve ter passado por algum veículo elétrico . Eles devem ficar cada vez mais frequentes em nossas ruas, principalmente no segmento premium, onde a categoria deverá corresponder a 70% das vendas até 2030.
Com as vendas estão em alta, 2021 deverá ser o grande ano da categoria no Brasil. A Renault já lançou o novo Zoe e-Tech em março, a Audi importou o novo RS e-tron GT em abril e a Mini revelou o Cooper SE 100% elétrico em julho.
Para o segundo semestre, teremos o lançamento do Peugeot 208 e-GT no fim de julho, o início das vendas do Fiat 500 elétrico em agosto e a chegada do novo JAC e-JS1 entre setembro e outubro. Outro modelo que poderá chegar ao Brasil ainda em 2021 é o Chevrolet Bolt reestilizado.
Segundo dados da Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE), o Brasil registrou alta de 29,4% nas vendas de veículos elétricos no primeiro quadrimestre deste ano. Mas por que os eletrificados estão em evidência? A startup de tecnologia e soluções de mobilidade UCorp publicou uma comparativo entre modelos 100% elétricos e a combustão para demonstrar de que forma a nova tendência pode ser vantajosa.
Sustentabilidade
A UCorp destaca que carros a combustão emitem, em média, 150 g de gás carbônico por quilômetro rodado. Outros gases tóxicos, como monóxido de carbono, óxido de nitrogênio e dióxido de enxofre, também são oriundos destes veículos.
Diferentemente do que se imagina, veículos elétricos não estão isentos da emissão de gases tóxicos . No Brasil, precisamos considerar os impactos ambientais da Usina Hidrelétrica de Itaipu, que inundou florestas e terras agricultáveis que continuam emitindo gás carbônico, ainda que submersas.
Além disso, quando a hidrelétrica não está dando conta do abastecimento , as usinas termelétricas são acionadas, emitindo gases tóxicos na atmosfera. De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica, há 8.989 usinas termelétricas espalhadas pelo Brasil.
O que carros elétricos de fato fazem pelo meio-ambiente é tirar a poluição da cidade. Portanto, podem mitigar problemas respiratórios das pessoas que moram nos grandes centros urbanos.
Você viu?
A UCorp divulga que o carro a combustão chega a produzir 3 toneladas de CO2 a cada 20 mil km rodados, enquanto em um modelo elétrico esse valor é de 70 kg.
Manutenção
Outra vantagem de modelos elétricos sobre carros a combustão é a manutenção. Um modelo convencional tem cerca de 2.400 peças móveis, enquanto um veículo 100% elétrico tem apenas 250.
Segundo a UCorp, gasta-se R$ 800 a cada seis meses para fazer a manutenção periódica de um modelo a combustão . Com um carro elétrico, o proprietário gastará R$ 250.
Economia
Outra conta que aponta a vantagem de carros elétricos sobre modelos a combustão está na economia na hora de abastecer. Considerando o valor atual da gasolina, o brasileiro gasta, em média, R$ 275 para encher o tanque. A carga completa na bateria de um veículo elétrico custa apenas R$ 22,44, considerando o valor de R$ 0,65 por quilowatt-hora.
Todos os c arros elétricos vendidos no Brasil contam com carregadores portáteis. Alguns fabricantes ainda instalam aparelhos wall-box para que a recarga seja ainda mais rápida.
A única vantagem dos modelos a combustão sobre carros elétricos, segundo a UCorp, está justamente no tempo para reabastecer. Leva-se em torno de 3 minutos para encher o tanque de um carro a combustão, enquanto a recarga completa de um veículo elétrico pode chegar a 3 horas em um wall-box residencial.
Para onde vamos?
Há um motivo para o mercado de carros eletrificados de luxo estar impulsionado no Brasil, mesmo na crise. Enquanto a diferença de preço do Renault Sandero , que parte de R$ 59.990, para um Zoe de R$ 204.990 chega a ser absurda, o mesmo não acontece no segmento premium.
O Jaguar I-Pace 100% elétrico, por exemplo, parte de R$ 508.950 nas concessionárias brasileiras – valor que não fica tão distante do F-Pace S , de R$ 500.950, que bebe apenas gasolina. A decisão acaba não pesando no bolso do cliente, que terá que fazer uma escolha entre dois veículos do mesmo porte, com pacote de equipamentos similar.
O mesmo acontece com o Audi e-tron Sportback , que parte de R$ 551.990 no Brasil e cabe perfeitamente no bolso de quem pagou R$ 547.990 por um A7 Sportback a gasolina; ou o Mercedes-Benz EQC elétrico , que custa R$ 629.900 e pode parar na garagem de alguém disposto a desembolsar R$ 675.900 pelo GLE Coupé .
Não há um horizonte próximo para viabilizar a venda de carros elétricos acessíveis no Brasil. Enquanto um Tesla Model 3 custa US$ 37.499 e não pesa muito no bolso de um americano da classe média, veículos a combustão devem continuar fazendo parte do ecossistema dos brasileiros pelos próximos vinte anos.