O mês de janeiro teve um crescimento tímido no desempenho no setor automotivo. Isso pode ser provado com os números contabilizados no período deste ano com os de 2022. No entanto, ainda não é motivo para comemorações, pois o cenário ainda é pior do que era antes da pandemia, e também na comparação com janeiro de 2021.
Segundo a Anfavea , a produção de autoveículos (automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus) em janeiro de 2023 foi de 152,7 mil unidades, 5% a mais que no mesmo mês do ano anterior , quando a crise dos semicondutores estava mais aguda e a onda de infecções pela variante ômicron estava no pico.
Ainda de acordo com a entidade, o motivo do crescimento tímido é que grande parte das fábricas deu férias coletivas neste início de ano. Nos anos anteriores, elas foram antecipadas por conta das interrupções na produção devido à paralisação por falta de matéria prima, tais como os semicondutores. No entanto, vale destacar que antes da pandemia, foram produzidas perto de 200 mil unidades em janeiro.
Por outro lado, o segmento das exportações foi o único indicador de positividade no setor, cujo balanço de 2022 apontou crescimento significativo, com destaque para janeiro, que foi o melhor período dos últimos cinco anos, com 33 mil unidades. Essa aceleração vem de forma constante desde 2020, mas pode ter uma interrupção nos próximos meses. A explicação é que destinos importantes dos nossos produtos, como Colômbia e Chile, tiveram queda de vendas em janeiro.
Os emplacamentos totalizaram 142,9 mil unidades, alta de 12,9% quando comparadas com as 126,5 mil do mesmo mês do ano anterior.
“Em janeiro, o problema do setor automotivo foi mais de demanda do que de oferta. O ano começa com o mercado automotivo desaquecido, em função das crescentes dificuldades de crédito e do clima de incertezas sobre o desempenho da economia em nível nacional e global”, disse o Presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite.
Leite também abordou o assunto da alíquota de importação zero para veículos importados que começa a preocupar as montadoras locais.
Em janeiro, houve alta de 104% nas vendas de veículos 100% elétricos. Foram 753 unidades contra 368 exemplares no mesmo período de 2022.
No mesmo comparativo, os modelos híbridos com produção local como a Toyota e Caoa Chery, a alta foi de 71,1%, ou seja, 3.748 e 2.190 emplacamentos, nessa mesma ordem.
“Não estamos falando em acabar com a alíquota zero. O que a Anfavea defende é a produção local e para as montadoras investirem no País é preciso ter previsibilidade. Queremos criar condições para fabricar elétricos no País. Não queremos inundar o mercado brasileiro com produtos de países de custo muito mais baixo”.