Dizem que os anos 1990 foram inesquecíveis para a música, política, cultura, ciência e para as indústrias em geral. No Brasil, em especial vale registrar a Volkswagen com a volta do Fusca , através da sugestão do então Presidente da República, Itamar Franco, numa tentativa de abocanhar um nicho no concorrido mercado dos populares sob forma de isenções de impostos através da Lei do carro popular.
Além disso, em 1987, a Autolatina, um grupo formado entre a Ford e a Volkswagen nos mercados brasileiro e argentino, já estava firmado e precisava seguir adiante com a missão de compartilhar tecnologias e, assim, reduzir custos em um momento de crise do mercado sul-americano. Então líder do mercado nacional, a Volkswagen era sócia majoritária no acordo, com 51% das ações .
Com a missão de substituir o VW Apollo, que era um clone do Verona da Ford , a Volkswagen lançou o Logus em 1993 , modelo que está comemorando 30 anos de existência no Brasil.
Baseado na plataforma da quarta geração do Ford Escort – que deu origem também ao Pointer - o hatch de quatro portas foi um dos últimos modelos frutos da Autolatina, desfeita em 1996.
A frente em cunha e os faróis estreitos eram destaques que o destacavam na linha VW. A parte traseira se destaca pelas grandes lanternas e também pela tampa do porta-malas, uma vez que ela abria até o para-choque, uma decisão de engenharia que permitia carregar malas e objetoos com maior facilidade. Uma bela obra do designer brasileiro Luiz Alberto Veiga.
Embora tivesse apenas duas portas, o Logus até que aproveita bem o espaço interno . São 2,52 metros de entre-eixos, enquanto o porta-malas comportava 416 litros. Os 4,28 m de comprimento ficavam longe dos 4,57 m do Santana, por exemplo, porém, a despeito disso, o aniversariante da VW era encarado como carro médio.
O veículo foi oferecido nas versões CL 1.6 (AE de origem Ford de 73,4 cv), CL, GL e GLS 1.8 (AP VW de 86 cv) , sendo que nesta última havia mimos como alarme acionado na fechadura, vidros elétricos um-toque com sistema antiesmagamento, toca-fitas digital com equalizador e ar-condicionado, itens disponíveis apenas em modelos de categorias superiores.
Os motores contavam com uma tecnologia que se tornou raridade em pouco tempo: carburador eletrônico , uma solução que mantinha estável a marcha lenta e dispensava o afogador, mas que logo deu lugar aos sistemas de injeção eletrônica.
Para a linha 1994 veio a versão GLS 2.0, de até 113 cv e com CD Player como opcional. No mesmo ano estreava ainda a série especial Wolfsburg Edition, diferenciada pelo apelo mais esportivo e cores exclusivas – uma homenagem à sede da Volkswagen, na Alemanha. Após 125.332 unidades fabricadas, a produção se encerrou em dezembro de 1996.
Um dos poucos e raros representantes da curta trajetória do Logus encontra-se na Garagem II, na fábrica da Anchieta, em São Bernardo do Campo. O exemplar de 1995 é da versão intermediária GL, tem carroceria pintada na cor Azul Riviera e interior com bancos com tear Guaecá Cinza.
A motorização fica por conta do 1.8 AP. A unidade tem pacote de opcionais que inclui iluminação interna temporizada, travamento elétrico das portas, vidros com acionamento elétrico e rodas de liga-leve. O Logus da Garagem rodou apenas 3 mil quilômetros em sua trajetória de carro de testes do departamento de Engenharia da Volkswagen do Brasil.