Mesmo com quatro dias úteis a mais comparado com o mês de abril, maio foi o pior mês na média de vendas de automóveis e comerciais leves desde 2016 .
Pelo menos é o que aponta a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotor),
que registrou queda de 10,3% nas vendas diárias de automóveis e comerciais leves
em comparação com o mês anterior, mesmo com maio contando com quatro dias úteis a mais do que abril.
“O resultado reflete o cenário conjuntural, que temos vivido desde o ano passado, que inclui seletividade de crédito, endividamento das famílias e juros altos”, afirma o Presidente da Fenabrave, Andreta Jr..
De acordo com Jr., essa retração pode estar atribuída à restrição de crédito e à queda no poder de compra do consumidor . Ainda segundo o executivo, apesar da queda nas vendas, o mercado ainda não teve tempo para sentir o efeito "espera" dos consumidores para adquirirem os veículos. Com a nova proposta do Governo Federal para o impulso nas vendas de automóveis comerciais leves , muitos potenciais compradores devem optar por aguardar pela implementação das medidas de incentivo.
“Ainda não houve tempo para sentirmos o efeito dos cancelamentos de compras de consumidores, que estão à espera da redução de impostos sobre o preço dos carros, pois o anúncio do Governo foi feito no dia 25 de maio,
portanto, a poucos dias do encerramento do mês. Como há um certo intervalo entre a data da compra do carro e seu registro pela Senatran,
devemos sentir uma maior retração nos emplacamentos apenas nos primeiros dias de junho”, revela.
Conforme relatório da entidade, as vendas de automóveis e comerciais leves somaram 166.361 unidades, ou seja, uma alta de 9,65%
em maio na comparação com abril.
Em contrapartida, comparado com maio de 2022, houve uma queda de 4,9% e alta de 10% nos cinco primeiros meses de 2023 ante o mesmo período de 2022.
Indo na contramão do segmento de automóveis e comerciais leves, o de motos vem tendo resultados satisfatórios
. Foram 161.433 unidades
em maio, ou um saldo positivo de 33,5% sobre abril e de 21,4% comparado com o mesmo mês de 2022
. Já nos cinco primeiros meses de 2023,
a venda de motos teve alta de 23,9%,
segundo a Fenabrave.
“A queda setorial, em 2023, é amenizada por conta do bom volume de motocicletas emplacadas. Esse é um segmento que vem apresentando crescimento real, tanto que está 42% acima do registrado nos cinco primeiros meses de 2019, último ano antes da pandemia. Mas, ao analisarmos automóveis e comerciais leves, a queda em relação a 2019 é de 27,1% no acumulado do ano”, reforça o Presidente da Fenabrave.