Retração pode ser atribuída à restrição de crédito e à queda no poder de compra do consumidor
Guilherme Menezes/ iG Carros
Retração pode ser atribuída à restrição de crédito e à queda no poder de compra do consumidor

Mesmo com quatro dias úteis a mais comparado com o mês de abril, maio foi o pior mês na média de vendas de automóveis e comerciais leves desde 2016 .


Pelo menos é o que aponta a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotor), que registrou queda de 10,3% nas vendas diárias de automóveis e comerciais leves em comparação com o mês anterior, mesmo com maio contando com quatro dias úteis a mais do que abril.

“O resultado reflete o cenário conjuntural, que temos vivido desde o ano passado, que inclui seletividade de crédito, endividamento das famílias e juros altos”, afirma o Presidente da Fenabrave, Andreta Jr..

De acordo com Jr., essa retração pode estar atribuída à restrição de crédito e à queda no poder de compra do consumidor . Ainda segundo o executivo, apesar da queda nas vendas, o mercado ainda não teve tempo para sentir o efeito "espera" dos consumidores para adquirirem os veículos. Com a nova proposta do Governo Federal para o impulso nas vendas de automóveis comerciais leves , muitos potenciais compradores devem optar por aguardar pela implementação das medidas de incentivo. 


“Ainda não houve tempo para sentirmos o efeito dos cancelamentos de compras de consumidores, que estão à espera da redução de impostos sobre o preço dos carros, pois o anúncio do Governo foi feito no dia 25 de maio, portanto, a poucos dias do encerramento do mês. Como há um certo intervalo entre a data da compra do carro e seu registro pela Senatran, devemos sentir uma maior retração nos emplacamentos apenas nos primeiros dias de junho”, revela.


Conforme relatório da entidade, as vendas de automóveis e comerciais leves somaram 166.361 unidades, ou seja, uma alta de 9,65% em maio na comparação com abril. Em contrapartida, comparado com maio de 2022, houve uma queda de 4,9% e alta de 10% nos cinco primeiros meses de 2023 ante o mesmo período de 2022. 

Foram vendidas 161.433 motos em maio, uma alta de 33,5% sobre abril
Divulgação
Foram vendidas 161.433 motos em maio, uma alta de 33,5% sobre abril


Indo na contramão do segmento de automóveis e comerciais leves, o de motos vem tendo resultados satisfatórios . Foram 161.433 unidades em maio, ou um saldo positivo de 33,5% sobre abril e de 21,4% comparado com o mesmo mês de 2022 . Já nos cinco primeiros meses de 2023, a venda de motos teve alta de 23,9%, segundo a Fenabrave.

 “A queda setorial, em 2023, é amenizada por conta do bom volume de motocicletas emplacadas. Esse é um segmento que vem apresentando crescimento real, tanto que está 42% acima do registrado nos cinco primeiros meses de 2019, último ano antes da pandemia. Mas, ao analisarmos automóveis e comerciais leves, a queda em relação a 2019 é de 27,1% no acumulado do ano”, reforça o Presidente da Fenabrave. 


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