A Stellantis não está em uma boa fase nos testes de impacto do Latin NCAP. Além do fato do Jeep Renegade ter falhado - ainda que seja uma versão de dois airbags, algo que não ocorre no Brasil -, o Fiat Argo e Cronos também foram reprovados. Para fazer coro, o teste do novo Citroën C3 não foi muito diferente. A nova geração do hatch levou nota zero no teste de colisão do instituto de segurança da América Latina e Caribe. Veja o vídeo logo abaixo.
Com apenas dois airbags - para motorista e carona, ambos obrigatórios -, o C3 também foi prejudicado pela ausência de barras de segurança nas portas, algo que é oferecido há mais de uma década ou duas em muitos outros carros. Também faz falta outro item prosaico: pré-tensionador para os cintos dianteiros. Além disso, o instituto ressalta que as cadeirinhas do tipo Isofix nem sempre são encaixadas com facilidade - no entanto, sem ser suficiente para reprová-lo.
De acordo com o instituto, a nota geral foi de 31 pontos, lembrando que a contagem chega a 100 pontos. Esmiuçando um pouco mais, os ocupantes adultos têm 31% de proteção, enquanto as crianças recebem 12% e, por sua vez, os pedestres chegam a 50%. A prova de efeito chicote também foi ruim.
O nível de assistência de condução ficou em 35 pontos, se destacando pelo controle eletrônico de estabilidade e de tração. Nesse quesito, o hatchback foi aprovado no teste de desvio de direção.
Alguns "detalhes" chamam atenção. Um deles é a gravidade do impacto sobre o tórax do motorista, algo que se repete no carona, porém, com uma proporção ligeiramente menor. Apenas a perna direita do passageiro frontal tem proteção considerada boa, as demais são aceitáveis ou ruins.
Quanto ao choque lateral contra o poste, ele não foi sequer realizado. O carro tem que obter uma nota melhor e/ou contar com airbags laterais para ser qualificado ao teste. As portas ainda ameaçaram abrir no impacto lateral normal - feito por uma barreira deformável -, algo mais do que indesejado e, atualmente, raro.
Embora o carro atenda à legislação de segurança, o fato é que o Latin NCAP vai além dos critérios técnicos da legislação. O primeiro seria como passar no vestibular, porém, o segundo seria equivalente a ser aprovado para medicina em uma concorrida universidade pública.