Se você quer estilo mais ousado, fique com os carros pós-facelift
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Se você quer estilo mais ousado, fique com os carros pós-facelift

O Nissan Sentra de nova geração  é um carro ousado, um modelo que praticamente substituiu o novo Civic  como opção ao Toyota Corolla , uma vez que o sedã da Honda passou apenas a vir com motorização híbrida e custa R$ 259.900. Mas nem sempre dá para comprar um modelo 0km, o que nos leva à questão: será que a geração anterior ainda é uma boa compra? Confira o que achamos.

Design 

A vantagem de ter ficado muito tempo no mercado brasileiro é que a geração anterior ainda agrada em estilo, a despeito de ser conservador. A frente tem vincos que se prolongam até a traseira que, por sua vez, tem lanternas mais caretas do que os faróis. Esse é o estilo que valeu a partir dos modelos 2013, ano que a sétima "encarnação" do Nissan foi introduzida no Brasil.

Lançada em 2016, a reestilização inclui faróis recortados com contornos de LEDs - que antes formavam uma fileira na base -, para-choques novos, grade maior e outros detalhes. Por dentro, o volante multifuncional também mudou junto com o painel, agora, com um mostrador digital colorido entre o conta-giros e velocímetro. 

Preços e versões

No modelo lançado em 2013, há várias configurações: S manual, SV CVT e SL CVT.  Entretanto, a indicação mais racional é da versão SL, a top de linha, que traz ar-condicionado com duas zonas de ajuste, tela sensível ao toque com GPS (não espere conexão com Android Auto ou Apple CarPlay nas originais), teto solar, chave remota, sensores de estacionamento, retrovisores externos rebatíveis, LEDs nos faróis e nas lanternas e rodas de 17 polegadas. O grande porém é que não há controles de estabilidade e de tração, algo que passou a ser oferecido somente em 2015

Em 2016, o facelift acrescentou uma bela dose de equipamentos na SL: faróis de LED, rodas de liga leve aro 17, banco do motorista com ajustes elétricos, um ótimo  som da marca Bose com quatro alto-falantes, dois subwoofers e dois tweeters) , retrovisor fotocromático e o mais importante: pacote de segurança ativa com detector de ponto cego, alerta de tráfego cruzado traseiro e alerta de colisão frontal. Além disso, todas as versões vinham com controles de estabilidade e de tração, sensores de ré, retrovisor interno fotocromático e entrada e partida sem chave. 

A SL é a versão top de linha do sedã, mas dispense os sem controle de estabilidade
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A SL é a versão top de linha do sedã, mas dispense os sem controle de estabilidade

Os Sentras pré-reestilização custam entre R$ 50 mil e R$ 60 mil, enquanto os com facelift partem de R$ 65 mil, valor que pode passar dos R$ 80 mil nos mais recentes. Sinceramente? Procure por carros produzidos entre os anos 2016 e 2018. São menos rodados, mais completos e, para completar, ostentam estilo mais atraente e atual.

Mecânica

A combinação de motor 2.0 aspirado flex com câmbio CVT é feliz, por mais que a caixa não tenha simulação de marchas. Com 140 cv a 5.100 rpm e 20 kgfm a 4.800 rpm, o propulsor exige rotações mais elevadas para entregar seu torque máximo , o que vai obrigar o condutor a acelerar mais. Devido a isso, o ruído interno será maior, mas o isolamento acústico da cabine dá um jeito de amenizar.

O modelo tem conforto parecido com o do Corolla, mas sem o ajuste fino do Civic
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O modelo tem conforto parecido com o do Corolla, mas sem o ajuste fino do Civic

Nada disso implica em um desempenho moroso. O Sentra antigo vai de zero a 100 km/h em bons 10,1 segundos, só as retomadas que poderiam ser mais ágeis. Por outro lado, o consumo médio entre cidade e estrada é de 8 km/l com etanol e 11,5 km/l de gasolina, a melhor opção . São bons números para um sedã médio, não foi por acaso que ele ganhou selo A de consumo na categoria.

Comportamento

A direção hidráulica dos modelos pré-reestilização é pesada e tem respostas mais lentas quando comparada à assistência elétrica, adotada nos mais recentes. Para compensar um pouco, o entre-eixos longo não tolhe a capacidade de manobra do Sentra, o sedã tem apenas 10,6 metros de diâmetro de giro, 0,2 m a mais que o Chevrolet Onix Plus , para citar o exemplo de um três volumes compacto.

O modelo pós-reestilização tem volante mais moderno e itens de auxílio a condução
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O modelo pós-reestilização tem volante mais moderno e itens de auxílio a condução

O comportamento dinâmico é equilibrado, sem ser tão esportivo quanto o do Civic de então, mas semelhante ao do Toyota Corolla - ambos têm eixo de torção traseiro, solução menos sofisticada que o multilink usado pelo Honda . Quanto ao dia a dia, a suspensão não é exatamente um tapete mágico, sendo mais firme sem ser desconfortável, contudo. 

Ponto mais do que importante em qualquer automóvel, a ergonomia é auxiliada pelos ajustes amplos de distância e profundidade do volante, além dos bancos dianteiros muito confortáveis, uma qualidade que está em boa parte dos Nissan.

Espaço interno

Os bancos dianteiros são dos mais confortáveis; o Sentra é um estradeiro
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Os bancos dianteiros são dos mais confortáveis; o Sentra é um estradeiro

O entre-eixos de 2,70 metros está à frente da época do carro, o que o deixa levar quatro adultos altos sem muito aperto . O túnel central não é muito elevado, enquanto o console não chega a ser invasivo em excesso - olha que ele é mais recuado e chega a ser um pouco difícil apoiar o braço do condutor. No entanto, a realidade é que só ocupantes mais baixos ou crianças viajarão bem no meio do banco traseiro .  

O destaque também vale para o porta-malas de amplos 503 litros , um dos maiores da sua categoria. Somente o acesso e o recorte da boca poderiam ser melhores, uma vez que isso poderia ajudar a aproveitar cada cantinho do compartimento.

Defeitos

O console recuado atrapalha mais a vida do motorista do que a de quem vai atrás
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O console recuado atrapalha mais a vida do motorista do que a de quem vai atrás

Alguns defeitos se mostram mais comuns do que outros. Um deles é o arrefecimento do motor, um problema na ventoinha relatado pela revista Quatro Rodas em 2017, mas que afeta ainda algumas unidades. É algo fácil de notar graças a um sintoma: o ar-condicionado é prejudicado pelo problema no eletroventilador . Se não for controlado, o grilo pode até gerar defeitos gravíssimos no motor, exemplo da quebra do cabeçote. 

Cheque também se a caixa de direção está emitindo ruídos, algo que não é raro na geração anterior, mas que pode ser sentido em um test drive.

 Da mesma maneira, ande um pouco com o carro desejado para verificar se a suspensão está mais barulhenta do que o normal. Batidas secas e demais ruídos já costumam entregar o defeito crônico, o mais citado de todos .

É vital checar se o Sentra desejado passou por recalls. O mais recente - e grave - envolve 14.778 unidades fabricadas entre março de 2016 (ano/modelo 2017) e outubro de 2019 (ano/modelo 2020), que sofrem com o risco de contaminação do interruptor das luzes de freio, o que pode levar à outras falhas elétricas, entre elas, o não funcionamento do motor e problemas no acendimento das luzes de freio.

Porta-malas leva ótimos 503 litros, somente o formato da boca pode atrapalhar
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Porta-malas leva ótimos 503 litros, somente o formato da boca pode atrapalhar

Vale ressaltar que o problema do eletroventilador não passou por recall, segundo relatam proprietários que publicaram desabafos de motoristas ouvidos, Reclame Aqui, Carros na Web e comunidades de donos de Sentra.

O sistema de injeção também costuma apresentar algumas falhas, algo que pode ser creditado ao combustível ruim. Não é um percalço exclusivo do Sentra.

Por dentro, o acabamento pode apresentar ruídos ou quebras, uma das mais citadas é a das maçanetas, que exigem serem trocadas. Nada que vá custar muito mais do que R$ 100/150. Além disso, um serviço de "tira grilo" não sairá por mais de R$ 200.

Para compensar, boa parte dos materiais do painel e das portas é macio ao toque, um carinho que faz a diferença para quem está pulando de um segmento inferior para o Sentra. Por outro lado, todos os botões dos vidros elétricos deveriam ser iluminados, problema que ainda está nos Nissan atuais, incluindo a nova geração do carro.

Preços de peças

Para começarmos com um defeito crônico, o eletroventilador pode exigir entre R$ 300 e R$ 700 para ser reparado e/ou ter componentes trocados. 

Pegando o exemplo de peças de desgaste, os custos não são muito diferentes dos outros sedãs médios japoneses de então. Um jogo de quatro amortecedores sai por volta de R$ 1.700. Citadas como um problema recorrente, as bandejas da suspensão dianteira custam, em média, R$ 800 - estamos falando de peças originais. Um kit com coxim, batente e bucha frontais também pode exigir mais de R$ 600 na troca. 

Ainda falando de defeitos, a caixa de direção pode ser encontrada por valores que ficam entre R$ 950 e R$ 1.200.

Como a injeção é eletrônica, o conjunto de quatro não sairá tão caro como em uma do tipo direta, contudo, prepare-se para pagar mais de R$ 600 reais.

Um kit de quatro pastilhas de freio (o Sentra tem discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira) vai custar entre R$ 400 e R$ 500.

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