Governo lança programa para incentivar produção de carros “verdes”

Programa Mobilidade Verde deve substituir o Rota 2030 e pretende incentivar a produção local de carros híbridos e elétricos

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Governo busca medidas de modernizar a indústria automotiva brasileira

2024 promete ser um ano muito importante para a indústria brasileira e o setor automotivo começou o ano com uma notícia importante: o anúncio do Programa Mobilidade Verde e Inovação ( Mover ), que promete R$ 19,3 bilhões em incentivos fiscais para o setor nos próximos quatro anos.

Segundo o vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio , Geraldo Alckmin , a maior parte dos recursos será oriundo dos impostos de importações dos carros híbridos e elétricos , que  passaram a ser cobrados a partir do dia 1º de Janeiro de 2024 e irão aumentar gradativamente.

O programa foi oficializado através de Medida Provisória publicada no Diário Oficial da União do último sábado (30), e prevê que as fabricantes que investirem na produção e desenvolvimento de veículos “verdes” , ou seja, os carros híbridos ou 100% elétricos , sejam contempladas com  incentivos fiscais .

De acordo com Alckmin, o objetivo do Mover é incentivar a produção nacional desses tipos de veículos . Desde 2015, carros híbridos ou elétricos podiam ser importados sem impostos , entretanto, com o crescimento desse mercado nos últimos anos, o governo anunciou o retorno do imposto. A alíquota de imposto para esses veículos crescerá gradativamente , até atingir 35% em julho de 2026 .

"Os veículos (importados) terão aumento gradual até 2027 para que produzam no Brasil, fabriquem no Brasil. Nós queremos fábrica aqui e não virar importador de produtos. Então instalem a fábrica aqui", declarou Alckmin

Crescimento do setor nos últimos anos

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BYD chegou ao Brasil trazendo apenas carros híbridos ou elétricos, importados da China

Segundo a Associação Brasileiro do Veículo Elétrico (ABVE), o mês de novembro apresentou o maior número de vendas de carros eletrificados da história do país, com 10.601 unidades . Até então, o recorde anterior era de outubro de 2023, com 9.537 unidades.

Ainda de acordo com a associação, desde 2012, a quantidade de unidades vendidas por ano de veículos leves eletrificados aumenta todos os anos (com exceção de 2015). Em 2022 foram 49.245 unidades vendidas, enquanto 2023 irá superar os 77 mil veículos.

A chegada de marcas chinesas como  BYDGWM nos últimos anos, facilitou o acesso a esses veículos. As duas fabricantes, inclusive, já  haviam anunciado a instalação de fábricas locais antes mesmo do programa do governo .

De acordo com a ABVE, os eletrificados mais emplacados de novembro foram:  BYD Song Plus (Híbrido Plug-in),  BYD Dolphin (100% elétrico) e  (Híbrido convencional).

Modernização da indústria

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GWM comprou fábrica em Iracemápolis (SP) que era de propriedade da Mercedes-Benz

O programa Mover também faz parte das iniciativas do governo para modernizar a indústria nacional. Atualmente, os únicos carros híbridos produzidos localmente são os da Toyota (Corolla e Corolla Cross) e os Caoa Chery (Tiggo 5X Pro Hybrid e Tiggo 7 Pro Hybrid), mas a  Stellantis já anunciou que em breve irá começar a produzir carros híbridos no país em todas as suas fábricas, ou seja, Citroën , Fiat , Jeep e Ram  devem oferecer carros com auxílio elétrico nos próximos anos.

Para facilitar a compra de equipamentos, Alckmin enviou ao Congresso o projeto de lei que trabalha a depreciação acelerada , um projeto que visa estimular a compra de equipamentos de última geração para a indústria .

A medida promete que indústrias que adquirirem maquinários novos em 2024 poderão abater os custos tributários do imposto devido, sendo 50% em 2024 e 50% em 2025, ao contrário dos sistema em vigor atualmente, que prevê o uso desses créditos ao longo de 20 anos .

"A indústria é a vanguarda da pesquisa, inovação, paga salário mais alto, agrega valor, precisamos reforçar a área industrial e uma nova indústria, baseada na inovação e na descabornização", declarou Alckmin.