Não é novidade que a Toyota é a pioneira em tentar criar maneiras de mobilidade sustentável para os carros. No fim dos anos 90, o Prius foi o primeiro carro híbrido comercializado em massa, mas antes mesmo do híbrido , os japoneses trabalhavam em um motor que utiliza hidrogênio , e pode ser justamente essa tecnologia que equipe os carros do futuro .
Existem duas abordagens para o uso do hidrogênio . A primeira é a utilizada pelo Toyota Mirai , que consiste em células de combustível que transformam o hidrogênio armazenado em estado gasoso nos tanques do Mirai e o oxigênio, captado pelas entradas de ar do veículo, em energia elétrica, utilizada para mover o motor elétrico do veículo. Além da energia elétrica , o que é resultado desse processo é apenas água .
A outra opção é utilizar o hidrogênio em sua forma líquida , o que resulta em pressão reduzida na hora de armazenar o elemento, entretanto, necessita ser conservado a pelo menos -250ºC.
Enquanto a tecnologia do Mirai vem sendo aprimorada nas ruas, a segunda alternativa é testada nas pistas de corrida . No Japão, a Toyota aproveita competições nacionais para validar seus modelos a hidrogênio , usando GR Yaris e GR Corolla e seu motor 1.6 turbo de três cilindros .
Para utilizar o novo combustível, o motor precisa ser retrabalhado. O sistema de injeção é completamente novo e suporta mais pressão, as juntas e anéis de vedação foram reforçados, tudo para manter a durabilidade do conjunto. Até porque, o GR Corolla movido a hidrogênio líquido foi testado nas 24 horas de Fuji no ano passado, então, confiabilidade mecânica é necessário.
O compromisso da Toyota com a tecnologia é tamanho, que também no ano passado, a marca apresentou um conceito para disputar as tradicionais 24 horas de Le Mans com a tecnologia. Claro, a intenção não seria vencer a prova, mas usar como laboratório de testes, uma vez que os próprios organizadores do evento possuem uma categoria para veículos experimentais.
Entretanto, o carro é apenas um conceito, e não tem data para ir às pistas. A organização da prova de longa duração estima que entre 2026 e 2027 exista a primeira classe de veículos movidos exclusivamente a hidrogênio na prova, entretanto, somente a Toyota apresentou o mínimo interesse na competição.
A Toyota não oficializa os números de potência, mas desenvolve, junto da Yamaha, um motor V8 5.0 movido a hidrogênio, com cavalaria estimada em 450 cv. O motor é baseado no propulsor que equipa o Lexus RC-F, onde é programado para entregar até 480 cv de potência.
O principal problema dos carros movidos a hidrogênio estão no custo de desenvolvimento da tecnologia, abastecimento dos modelos, bem como a escassa rede de postos.
Ao que parece, a promessa feita pelo ex-presidente agora presidente do conselho da Toyota, Akio Toyoda, se manterá em vigor. Toyoda entende que a fabricante japonesa precisa acreditar em todas as tendências de motorização para o futuro, seja 100% elétrica, a combustão, híbridas e hidrogênio.