Cabines menos quentes aumentam o conforto e diminuem o uso do ar-condicionado, o que melhora o consumo de combustível
Divulgação/Nissan
Cabines menos quentes aumentam o conforto e diminuem o uso do ar-condicionado, o que melhora o consumo de combustível

Estacionar o carro debaixo do Sol quente de verão é certeza de retornar para um forno. Mas há quem pensa em mudar esse cenário. A Nissan é uma das empresas que pensa nesse cenário e trabalha em uma tinta especial que reduz a temperatura da carroceria de seus veículos.

Essa “pintura especial” pode ajudar a “reduzir a temperatura da cabine de um veículo no verão e reduzir o uso de energia do sistema de ar-condicionado”. Para isso, a Nissan utiliza resfriamento radiante. Esse processo não tem nada a ver com um elemento radioativo, e na verdade significa a transferência de energia, nesse caso, calor. 

O resfriamento radiante propõe que um corpo perca calor e se resfrie. Esse processo já é  utilizado em prédios, por exemplo, e agora promete fazer com que os carros fiquem mais frios. 

Para desenvolver a nova pintura, a Nissan se juntou à Radi-Cool, uma empresa especializada nesta tecnologia para aplicar essa expertise em uma pintura automotiva. O produto final é produzido com materiais sintéticos, chamados de metamateriais, que possuem propriedades que não podem ser encontradas na natureza.

A base da tinta são dois tipos de micropartículas que conseguem reagir à luz. Uma delas reflete raios infravermelhos, enquanto o outro produz ondas eletromagnéticas que são direcionadas para a atmosfera, o que faz com que o calor seja dissipado.

A Nissan trabalha nesta tecnologia desde 2021, mas desde novembro do ano passado, começou a testar essa pintura em um Nissan NV100 utilizado no aeroporto de Haneda, em Tóquio.

Para demonstrar a tecnologia, a marca realizou um teste com dois veículos estacionados sob o Sol. um deles com a pintura tradicional, enquanto outro usava a nova tecnologia da Nissan. No teste, a superfície do modelo com a nova tinta ficou 12º C mais fria do que o modelo ao lado, o que fez a cabine ficar 5º C mais fria.

Tecnologia está longe de chegar aos carros

Apesar de interessante, e já equipar modelos de teste, a Nissan afirmou que a tinta está longe de estar pronta para o uso comercial em larga escala. Há problemas com a espessura da tinta, método de aplicação e ainda a finalização. A fabricante diz que muitos dos problemas de aplicação e finalização estão praticamente solucionados, entretanto, a espessura da tinta ainda é o grande empecilho. Atualmente, a tinta possui 120 microns, mas isso é seis vezes a espessura de uma tinta convencional de um automóvel.

Apesar disso, a Nissan afirma que a pintura pode resistir a sal, arranhões, descamação e reações químicas, bem como pode contar com diversas cores, entretanto, deve demorar para começar a equipar os primeiros carros.

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