
Ter um carro pode estar diretamente relacionado a uma maior percepção de qualidade de vida, segundo pesquisa realizada pelo Data OLX Autos. O estudo, que ouviu 597 usuários que buscaram veículos e bens de consumo na plataforma, revela que proprietários de automóveis atribuem nota média de 7,7 para sua qualidade de vida, enquanto aqueles que não possuem veículo dão nota 7,1.
A pesquisa mostrou que 74% dos entrevistados são donos de algum tipo de veículo. Destes, 65% possuem carro, 20% têm moto, 7% são proprietários de picape ou caminhonete e 2% têm outros tipos de automóveis.

Como o carro influencia a percepção do ambiente
A posse de um veículo também influencia a forma como as pessoas avaliam o local onde vivem. Proprietários de carros atribuem nota média de 7,3 ao bairro onde moram, contra 6,9 entre os que não possuem automóvel.
"A pesquisa revela como o fato da posse de um automóvel impacta a percepção da qualidade de vida das pessoas, seja no menor tempo de deslocamento, na facilidade de acesso a determinados lugares ou na percepção que as pessoas têm em relação à região em que residem", explica Flávio Passos, VP de Autos do Grupo OLX.
Quando questionados sobre os aspectos que mais contribuem positivamente para a satisfação com a vida atual, os entrevistados apontaram, em ordem de importância: saúde física e mental, casa própria e estabilidade financeira. A posse de um automóvel aparece em sétimo lugar, empatada com tempo livre, cada um com 25% das menções.

Deslocamento e rotina de trabalho
O estudo também revelou dados sobre a rotina de deslocamento dos entrevistados. Entre os participantes, 61% trabalham presencialmente, 21% em formato híbrido e 18% totalmente em home office. Dos que precisam se deslocar, 53% trabalham em um bairro diferente de onde moram e 24% em outra cidade.
Quanto ao tempo gasto no trajeto até o trabalho, 59% afirmaram levar até 30 minutos, 25% entre 31 e 59 minutos, e 16% mais de uma hora. O carro é o meio de transporte mais utilizado para este deslocamento, mencionado por 48% dos entrevistados.

A pesquisa também mostrou diferenças na percepção da vida financeira. Proprietários de automóveis avaliaram sua situação financeira com nota média de 6,4, enquanto os que não possuem veículo atribuíram nota 5,4. Para 60% dos entrevistados, o custo de vida atual é considerado elevado, embora 35% o considerem equilibrado.
O levantamento apontou que 84% dos entrevistados têm pelo menos uma vaga de garagem em casa: 65% contam com espaço para até dois automóveis, 8% têm três vagas, e apenas 16% não dispõem de garagem na residência.
O contexto por trás dos números
Dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) mostram que a posse de automóveis no Brasil está fortemente associada à renda familiar.
Nas classes A e B, 72% das famílias possuem carro, enquanto nas classes D e E esse número cai para apenas 18%. Já a posse de motocicletas é mais comum entre as classes C, D e E, refletindo tanto o acesso facilitado ao crédito quanto a busca por alternativas ao transporte coletivo deficiente.
Entre 2017 e 2024, segundo a CNT (Confederação Nacional do Transporte), 29,4% dos brasileiros deixaram de usar transporte público, enquanto 27,5% diminuíram sua frequência, principalmente por falta de conforto, flexibilidade e tempo elevado de viagem.