
Um Mazda 6 2011 foi parar em um leilão na Califórnia , sem que o dono, o tenente Jonathan Liongson, sequer soubesse — e o motivo é tão surreal quanto grave: o militar estava em alto-mar e cumpria uma missão oficial pela Marinha dos Estados Unidos, quando o carro foi rebocado e vendido sem autorização judicial.
O caso foi divulgado pelo Departamento de Justiça dos EUA. Liongson havia deixado o Mazda estacionado na casa de um amigo em novembro de 2022, antes de embarcar.
No interior do carro, objetos pessoais permaneciam guardados. Ainda assim, a empresa Tony’s Auto Center, sem saber da missão do proprietário, removeu o sedã japonês do local e o colocou à venda.
A prática fere diretamente o Servicemembers Civil Relief Act (SCRA) — legislação que impede, entre outras coisas, o leilão de bens de militares ativos sem autorização da Justiça.
O Departamento de Justiça determinou que a empresa pague US$ 7.500 (cerca de R$ 42 mil) ao tenente e mais US$ 2.000 (R$ 11 mil) ao governo federal como multa, além de ser obrigada a revisar os procedimentos internos.
Segundo o procurador Adam Gordon, da Califórnia, o episódio vai muito além de uma falha operacional:
“Ele estava no mar, cumprindo sua missão. A venda do veículo representa uma quebra grave das garantias legais que o país oferece aos seus militares.”
Já a procuradora-assistente Harmeet Dhillon, da Divisão de Direitos Civis, foi enfática:
“Nenhum militar deve se preocupar com o destino do seu carro enquanto arrisca a vida pelo seu país.”
O caso de Liongson engrossa as estatísticas. Desde 2011, mais de 147 mil militares foram indenizados por situações semelhantes, com valores que superam US$ 481 milhões (mais de R$ 2,7 bilhões, na cotação atual).