Carro blindado de goleiro do Flamengo é atingido por tiros
Reprodução/X
Carro blindado de goleiro do Flamengo é atingido por tiros

Na última quinta-feira (8), o goleiro Agustín Rossi e outros jogadores do Flamengo  foram alvo de uma tentativa de assalto na Linha Amarela, no Rio de Janeiro.

O veículo de Rossi, um utilitário esportivo BYD Song Plus, resistiu a quatro disparos. Nenhum dos ocupantes sofreu ferimentos. A situação do veículo após a tentativa foi filmada e publicada no X. Veja abaixo.


Em declaração pública, Rossi afirmou: “Hoje pela manhã fui vítima da falta de segurança que assola o estado do Rio de Janeiro. Apesar do grande susto que eu e meus familiares passamos, estamos bem e nos recuperando do ocorrido. Agradecer a todos pelas mensagens de carinho e preocupação”.

O veículo blindado evitou que Rossi e os familiares pudessem ser atingidos. Exemplos como esse fazem com que milhares de brasileiros busquem essa segurança a mais nos carros.

Segundo a Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin), cerca de 34 mil carros receberam reforço balístico em 2024, o que elevou o número total para 400 mil no país.

Para entender melhor os bastidores e os limites da proteção automotiva, o Portal iG consultou Edeval Paciello, diretor de operações da Shield Rio Blindagem. Ele explicou as etapas do processo e os critérios técnicos que norteiam esse tipo de serviço.

Níveis e regulamentação

A blindagem veicular no Brasil é regulamentada pelo Exército e segue uma escala de níveis.

O mais comum no país é o nível III-A, autorizado para civis e capaz de resistir a disparos de pistolas .44 Magnum e submetralhadoras Uzi. Blindagens superiores, como o nível III (resistente a fuzis como AK-47 e AR-15), exigem autorização especial.

“É o suficiente contra as ameaças mais comuns em áreas urbanas”, afirmou Paciello.

Já os níveis IV e V, voltados a metralhadoras e munições militares de grande calibre, são proibidos para uso civil.

Segundo o especialista, o processo envolve uma sequência rigorosa.

“Lavagem, vistoria inicial, desmontagem completa do veículo, aplicação da manta balística, instalação dos aços balísticos e dos vidros, montagem interna, checagem de acabamento, vistoria do Inmetro e entrega”, resume Paciello.

O acréscimo de peso médio é de 200 kg, cerca de 12% do peso de um veículo médio. Ele explica que esse aumento compromete muito pouco o consumo e a potência do veículo.

Requisitos técnicos

Carros mais indicados para blindagem compartilham algumas características.

“Recomendamos modelos com DNA 4x4, estrutura mais robusta e boa resistência torcional no monobloco. Pickups e SUVs de maior porte costumam oferecer melhor adaptação”, afirma Paciello.

Blindagem sendo realizada
Divulgação
Blindagem sendo realizada

Ele destaca que apenas a Land Rover realiza blindagem diretamente na fábrica, em pequena escala.

As demais blindagens são feitas por empresas homologadas, muitas em parceria com concessionárias, com manutenção da garantia.

A revisão periódica é obrigatória para garantir o desempenho da blindagem.

“Toda blindadora séria possui plano de manutenção preventiva. O ideal é inspecionar o carro anualmente ou a cada 10 mil km. Avaliamos portas, vidros, mantas, fixação dos aços e vedação contra água, poeira e ruído”, orienta o Edeval.


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