Fiat Panda é um dos destaques da Stellantis na Europa
Divulgação/Stellantis
Fiat Panda é um dos destaques da Stellantis na Europa

A sobrevivência dos carros compactos na Europa entrou em pauta na cúpula O Futuro do Carro, promovida pelo Financial Times.

Líderes de gigantes automotivas como Stellantis e Renault defenderam mudanças nas regulações ambientais da União Europeia como forma de preservar a produção de modelos pequenos no continente, segundo o site Top Gear da BBC.

“Nossas raízes estão nos carros compactos. Eles foram realmente a força motriz da prosperidade. Esses carros deram às pessoas a liberdade que se desfruta com carros”, afirmou John Elkann, presidente da Stellantis.

Segundo ele, 2025 será o ano decisivo para a União Europeia determinar se os compactos ainda têm espaço no século XXI.

Luca De Meo, CEO da Renault, compartilha da mesma preocupação. Para ele, os modelos pequenos ainda desempenham um papel essencial no mercado.

Segundo De Meo, no entanto, a principal barreira permanece econômica. Ele diz que a forma como os carros são produzidos atualmente torna inviável a confecção dos compactos. 

Enquanto montadoras voltadas à exportação migraram para veículos maiores, Stellantis e Renault ainda concentram as vendas no continente europeu.

Problemas e soluções apontadas pelas empresas

As atuais regulamentações, focadas em prazos e penalidades, devem provocar um aumento de 20% nos custos de produção de veículos médios até 2030, segundo Elkann.

Para os carros compactos, esse cenário inviabiliza a fabricação de modelos 100% elétricos sem repassar o custo aos consumidores.

Diante disso, os consumidores tendem a prolongar o uso dos próprios veículos. Elkann citou que, na Grécia, a idade média da frota é de 17 anos.

Peugeot 208 Rally 4
Reprodução/Stellantis
Peugeot 208 Rally 4

Executivos defendem que uma alternativa mais viável seria incentivar tecnologias de baixa emissão, como os híbridos plug-in ou os chamados range extenders — carros elétricos com assistência de motor a combustão — em vez de exigir exclusivamente emissões zero.

Segundo cálculos apresentados pelo De Meo, um carro a combustão, ao longo de 200 mil quilômetros, emite cerca de 60 toneladas de CO2.

Esse valor cai para 20 toneladas em um veículo 100% elétrico e chega a 30 toneladas em um híbrido ou extensor de autonomia — uma redução significativa nas emissões totais.

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