Tyrone Johnson, chefe técnico do Hyundai Motor Europe Technical Center, cita Hyundai Ioniq 5 N como exemplo do que chama de “novo prazer ao dirigir”
Divulgação/Hyundai
Tyrone Johnson, chefe técnico do Hyundai Motor Europe Technical Center, cita Hyundai Ioniq 5 N como exemplo do que chama de “novo prazer ao dirigir”

O câmbio manual perdeu apelo entre os consumidores, e seu fim parece inevitável, segundo Tyrone Johnson, chefe técnico do Hyundai Motor Europe Technical Center.

“Ninguém mais quer câmbio manual e freio de mão, ou instrumentos analógicos”, afirmou o engenheiro em entrevista à revista britânica CAR.

Com 40 anos de atuação no setor automotivo, Johnson diz que o público já deixou claro que está disposto a abrir mão de tecnologias  "ultrapassadas" quando encontra soluções mais eficientes e intuitivas.

Carros elétricos são o futuro, segundo o chefe da Hyundai

A fala do executivo reflete não apenas uma mudança de gosto, mas uma guinada estrutural na forma como os veículos são projetados, conduzidos e percebidos.

Na avaliação de Johnson, os carros elétricos avançaram em uma década o equivalente a cem anos de evolução dos modelos a combustão.

“Dá para fazer coisas realmente inteligentes. Na suspensão, muita coisa está acontecendo, tanto em termos de software quanto de mecânica. Vai ser bem interessante”, afirmou.

À frente das operações técnicas europeias da Hyundai, Kia, Genesis e da divisão esportiva Magma, Johnson tem liderado os esforços de inovação da montadora no continente, com foco em desempenho, conectividade e novas experiências ao volante.

Ele afirma que, além da digitalização, o conforto e a interatividade dentro do carro passaram a ser essenciais.

“Agora todos esperam que a viagem seja uma experiência agradável, não apenas o motorista”, disse.

O executivo aponta o Hyundai Ioniq 5 N como exemplo do que chama de “novo prazer ao dirigir”.

Equipado com um sistema de troca de marchas que simula uma transmissão DCT, o modelo elétrico esportivo oferece respostas sonoras e táteis por meio de software, não por mecanismos analógicos.

“Sou um cara de performance. Eu dirigi o primeiro Mustang Shelby. Se você quer ir rápido, não há nada melhor do que um elétrico. Não entendo a nostalgia”, completou.

Mesmo reconhecendo que há motoristas que ainda se apegam ao som dos motores e às vibrações da cabine, Johnson defende que essas sensações estão sendo recriadas por sistemas eletrônicos.

“Essas entradas sensoriais ajudam o cérebro humano a entender o que está acontecendo dentro de um carro”, explicou.

Na Europa, a Hyundai acaba de inaugurar um novo centro técnico em Rüsselsheim, na Alemanha, com foco total em veículos elétricos.

Todos os modelos da linha Magma serão desenvolvidos na unidade europeia.

A ideia, segundo Johnson, é produzir localmente soluções voltadas para o mundo, sem depender das plataformas da matriz sul-coreana.

Para o engenheiro, a transformação é inevitável e passa, inclusive, por mudanças de mentalidade que já ocorreram antes.

“Lembro-me dos mais velhos dizendo que coisas como ABS e ESP nunca dariam certo. Talvez em 20 anos você não consiga comprar um carro sem higienizador de calçados, se o mercado sentir essa necessidade.”

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