Nissan Frontier fabricado nos Estados Unidos
Divulgação/Nissan
Nissan Frontier fabricado nos Estados Unidos

A Nissan interrompeu a produção dos modelos Pathfinder, Murano e Frontier destinados ao mercado canadense, em resposta às tarifas aplicadas pelos Estados Unidos e à retaliação do Canadá sobre veículos importados.

Com a sobretaxa de 25% imposta pelo governo norte-americano em abril afeta diretamente as fábricas da Nissan em Tennessee e Mississippi.

A suspensão atinge os SUVs Pathfinder e Murano, produzidos em Smyrna (Tennessee), e as picapes Frontier, fabricadas em Canton (Mississippi), segundo o jornal japonês Nikkei. A Nissan não comentou o caso.

Essa decisão ocorre no contexto da escalada comercial entre EUA e Canadá, que implementou tarifas em retaliação às taxas americanas sobre automóveis.

A Mazda também suspendeu parte da produção para o mercado canadense em sua planta no Alabama.

Crise na montadora japonesa

Embora o Canadá represente apenas 3% das vendas globais da Nissan, a paralisação evidencia os efeitos das tensões comerciais sobre a montadora, que já enfrenta dificuldades financeiras e queda de competitividade.

No último ano fiscal, encerrado em março, a Nissan registrou prejuízo líquido de US$ 4,5 bilhões (cerca de R$ 24,9 bilhões) e enfrenta vencimentos de dívidas próximos a US$ 4,8 bilhões (R$ 26,6 bilhões).

A empresa solicitou adiamento de pagamentos a fornecedores e teve suas classificações de crédito rebaixadas por três agências. Em meio à incerteza, não divulgou previsão para o atual exercício fiscal.

No Canadá, a Nissan vendeu cerca de 104 mil veículos no último ano, volume inferior ao do México e pouco mais de 10% das vendas nos EUA. A empresa não possui fábricas no país.

A crise se agrava com dificuldades na produção do novo modelo elétrico Leaf, prevista para este ano.

Segundo a Kyodo News, a escassez de peças causada por restrições chinesas à exportação de terras raras levou à revisão da produção.

O impacto pode comprometer o plano de reestruturação da Nissan, que inclui o fechamento de sete fábricas e a redução de 15% do quadro global de funcionários.

A Suzuki também suspendeu temporariamente a produção do subcompacto Swift pelas mesmas razões.

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