
A montadora francesa Renault estuda demitir cerca de 3 mil funcionários em todo o mundo como parte de um novo plano de economia chamado Arrow, segundo o jornal francês L’Informe.
O corte deve atingir áreas administrativas, como recursos humanos, finanças e marketing.
As demissões afetariam principalmente a sede em Boulogne-Billancourt, na região de Paris, e unidades internacionais.
A Renault confirmou ao jornal que analisa medidas para reduzir custos e simplificar operações, mas disse que ainda não há decisão final.
“Dadas as incertezas no mercado automotivo e o ambiente extremamente competitivo, estamos estudando maneiras de acelerar a execução e reduzir despesas fixas”, informou a empresa em nota.
Pressão após prejuízo bilionário
No fim de 2024, a Renault tinha cerca de 98,6 mil empregados. No primeiro semestre deste ano, registrou prejuízo líquido de € 11,2 bilhões (R$ 70,2 bilhões), influenciado por uma desvalorização de € 9,3 bilhões (R$ 58,3 bilhões) ligada à parceira japonesa Nissan.
O balanço negativo aumentou a pressão sobre a nova direção da companhia, que enfrenta queda nas vendas globais e avanço das montadoras chinesas no mercado de carros elétricos.
O presidente-executivo François Provost, que assumiu o cargo em julho após a saída de Luca de Meo para o grupo Kering, tenta recuperar margens e melhorar a nota de crédito da empresa. O Arrow é seu primeiro grande teste à frente da montadora.
A Renault busca ainda adaptar sua produção à transição energética e às tarifas impostas pelos Estados Unidos, em um cenário de forte competição e margens cada vez menores no setor automotivo.