
A Hyundai apresentou, em Pequim, o EO, novo SUV elétrico desenvolvido sobre a plataforma modular global E-GMP.
O modelo inicia pré-venda na China com preços entre 130 mil e 150 mil yuans (cerca de R$ 95 mil a R$ 110 mil) e promete autonomia de até 722 km segundo o ciclo CLTC.
O lançamento marca o reforço da estratégia de eletrificação da marca na Ásia e serve como vitrine de tecnologias que podem ser incorporadas à linha global.
Com três versões — Fun, Smart e Tech —, o EO adota motores de até 233 kW (317 cv) e tração integral nas variantes superiores.
Design e construção
Com 4,70 metros de comprimento e proporções próximas às do Hyundai Ioniq 5, o EO aposta em linhas retas e faróis de formato quadrado batizados de Xingdong Bafang, em referência a cristais multifacetados.
O conjunto inclui teto solar panorâmico tipo cúpula, maçanetas elétricas retráteis e lanternas unidas por faixa luminosa.
A carroceria utiliza 77,5% de aço de alta resistência e estrutura “blindada” de 720°, segundo dados da fabricante.

O coeficiente de rigidez torsional não foi divulgado, mas o SUV foi submetido a testes de capotagem e colisão em padrões globais.
A marca afirma que o modelo cumpre requisitos de segurança equivalentes a cinco estrelas nas avaliações internacionais.
Interior e tecnologia
O painel é dominado por uma tela ultrafina de 27 polegadas, integrada a um conjunto digital de instrumentos.

O acabamento inclui camurça sintética de alta qualidade e iluminação ambiente configurável.
O espaço interno pode ser ampliado com o rebatimento dos bancos traseiros, atingindo 1.540 litros de capacidade de carga e 46 compartimentos de armazenamento.
Entre os equipamentos, há carregamento sem fio duplo, ar-condicionado com purificador e o sistema Cyber Eye, que monitora fadiga e reconhece o motorista por Face ID.

O modelo também adota o chip Qualcomm Snapdragon 8295, o mesmo usado em carros premium chineses, e sistema de som Bose com oito alto-falantes e Dolby Atmos.
Mecânica e desempenho
A versão de entrada Fun utiliza motor dianteiro de 160 kW (218 cv) e bateria de 64,2 kWh, garantindo 540 km de alcance. O tempo de recarga rápida (30% a 80%) é de 27 minutos.
As versões Smart e Tech podem receber o pacote de 88,112 kWh, com autonomia de 722 km na configuração de tração dianteira e 590 km na tração integral com dois motores.
O torque máximo combinado é de 480 N·m, e a suspensão adota esquema McPherson na dianteira e multibraço de cinco braços na traseira.
O sistema de controle integra ESC, EPS e freio eletrônico, projetado para equilibrar estabilidade e conforto.
Em testes internos, a distância de frenagem de 100 a 0 km/h foi de 36 metros, e a aceleração até 100 km/h ocorre em cerca de 5 segundos, segundo o fabricante.
Testes e durabilidade
De acordo com a Hyundai Beijing, o EO passou por mais de 1,2 milhão de quilômetros de rodagem experimental em 30 tipos de pistas, incluindo trechos de baixa aderência, vento cruzado e trajetos de alta velocidade.
O desenvolvimento envolveu 1.200 dias de testes contínuos de chassi e trem de força, além de ensaios em “estrada do diabo”, usados para verificação de ruído e vibração.
Embora ainda não haja confirmação de importação, a plataforma E-GMP já serve de base para o Ioniq 5 e o Ioniq 6, ambos homologados no mercado brasileiro.
O EO, posicionado abaixo desses modelos, pode reforçar a gama elétrica da Hyundai caso a produção chinesa viabilize exportações em larga escala.