
A nova geração da CRF1100L Africa Twin chega à rede de concessionárias a partir de janeiro de 2026, em três configurações e com preços iniciando em R$ 85.500.
Segundo a fabricante, o modelo preserva a base mecânica conhecida, mas passa por ajustes de eletrônica, suspensões e posição de pilotagem.
De acordo com o material oficial, a novidade mantém o projeto evolutivo iniciado em 2015, com motor bicilíndrico paralelo de 1.084 cm³ e opção de câmbio convencional ou DCT.
A reportagem a seguir detalha como versões, pacote eletrônico e ciclística foram reorganizados para atender usos distintos de estrada e fora de estrada.
Evolução e posicionamento
Lançada em 2015 com motor bicilíndrico paralelo no lugar do anterior V2, a Africa Twin passou por atualizações constantes, incluindo acelerador eletrônico, modos de pilotagem e adoção da IMU.

O propulsor de 1.084 cm³ estreou em 2021 junto da expansão da oferta do câmbio DCT. A partir de 2023, a unidade de Manaus passou a produzir essa transmissão.
Para 2026, a estrutura da linha se mantém: Africa Twin MT (câmbio manual, tanque de 18,8 litros), Africa Twin DCT (mesmo tanque, transmissão automática de dupla embreagem) e Adventure Sports DCT (tanque de 24,8 litros).
A principal mudança está no conjunto frontal da Adventure Sports, agora com roda de 19 polegadas para priorizar uso estradeiro.
Motor e gestão eletrônica
O motor bicilíndrico paralelo de 1.084 cm³ utiliza comando Unicam, cabeçote compacto e duas velas por cilindro. Segundo a Honda, a potência máxima é de 99,3 cv a 7.500 rpm e o torque, de 10,9 kgf.m a 5.250 rpm.

O virabrequim com defasagem de 270° busca melhorar tração em baixas rotações, e a válvula ECV ajusta a contrapressão do escapamento conforme o regime.
O sistema de lubrificação é por cárter semi-seco, com bomba de óleo integrada à base do motor.
A versão com câmbio convencional pesa 66,4 kg; a equipada com DCT, 74,9 kg. A MT utiliza embreagem deslizante assistida.
A eletrônica combina acelerador TBW e IMU de seis eixos. A potência tem quatro níveis selecionáveis; o freio-motor, três; o controle de tração HSTC, sete (além de desligado); e o wheelie control, três níveis, também com opção off.
Os modos TOUR, URBAN, GRAVEL e OFF-ROAD trazem combinações pré-definidas de entrega de potência, atuação do ABS e intervenção dos controles, enquanto USER 1 e USER 2 permitem ajustes gravados pelo piloto.
Transmissão DCT
O DCT segue com dois eixos-piloto, um para marchas ímpares e outro para pares, e atuadores comandados pela ECU. O sistema opera em três lógicas: MT (com teclas “+” e “–”), D (prioriza uso urbano) e S, com três calibrações para rotações mais altas.

A tecla “G”, acionada pelo painel TFT, diminui o deslizamento da embreagem e torna a reação mais imediata, indicada para pilotagem fora de estrada. A seleção entre D, S1, S2, S3 ou MT é independente dos modos de pilotagem.
Chassi, suspensões e freios
A estrutura usa chassi de aço tipo berço semi-duplo, subchassi e balança de alumínio.
A Africa Twin MT mantém suspensões Showa convencionais, com 230 mm de curso na dianteira e 220 mm na traseira.
A regulagem inclui pré-carga, compressão e retorno, e a distância livre em relação ao solo é de 250 mm. O peso a seco é de 217 kg.
A Africa Twin DCT utiliza as suspensões eletrônicas Showa EERA™, com mesmos cursos e 229 kg declarados.
Já a Adventure Sports combina os ajustes eletrônicos à nova roda de 19 polegadas, com 210 mm de curso na dianteira, 200 mm atrás e distância livre de 220 mm. O peso a seco é de 234 kg.
A Showa EERA™ dispõe de quatro calibrações automáticas: MID, HARD, SOFT e OFF-ROAD.
Elas estão vinculadas aos modos de pilotagem, além de opção USER, que permite ajustar pré-carga em 24 níveis nos dois eixos.
O sistema de freios traz discos dianteiros flutuantes de 310 mm com pinças radiais Nissin de quatro pistões e disco traseiro de 256 mm.
O Cornering ABS atua com base nas leituras da IMU e pode ter o eixo traseiro desativado no uso em terra, conforme o modo selecionado.
As rodas das versões MT e DCT usam aro 21” na dianteira e 18” atrás, com pneus 90/90-21 e 150/70-18. A Adventure Sports utiliza pneus 110/80-19 e 150/70-18, ambos sem câmara.
Ergonomia e equipamentos
O assento tem duas alturas possíveis: 850–870 mm nas Africa Twin MT e DCT, e 835–855 mm na Adventure Sports.

O guidão é largo e elevado, e todas as versões recebem um novo para-brisa com cinco níveis de regulagem.
O painel MID TFT de 6,5 polegadas sensível ao toque centraliza informações de condução e ajustes da eletrônica, com compatibilidade com Apple CarPlay, Android Auto, Bluetooth e porta USB.
A iluminação é totalmente em LED, com farol duplo e DRL de intensidade variável automática.
Protetores de mão são de série, e as versões DCT e Adventure Sports recebem manoplas aquecidas. O cruise control equipa toda a gama.
O sistema ESS ativa os piscas em frenagens bruscas acima de 50 km/h, e os indicadores contam com cancelamento automático por comparação da rotação entre as rodas.
O catálogo oficial oferece 18 acessórios genuínos, entre eles malas laterais, top case, assento rebaixado, cavalete central e bolsa de tanque.
Preços e disponibilidade
A linha 2026 estará disponível a partir de janeiro, com garantia de 3 anos sem limite de quilometragem e assistência válida também em países vizinhos, segundo a Honda.
Os intervalos de manutenção seguem em 6.000 km ou seis meses, após a revisão inicial de 1.000 km.
Preços sugeridos (base SP, sem frete e seguro):
- Africa Twin MT: R$ 85.500
- Africa Twin DCT: R$ 96.346
- Africa Twin Adventure Sports DCT: R$ 116.513
Com essa estrutura, a Africa Twin 2026 permanece dividida entre finalidade aventureira nas versões com roda de 21 polegadas e vocação turística ampliada na Adventure Sports de roda 19, mantendo o mesmo motor e ampliando a gestão eletrônica entre as versões.