![Chevrolet Bolt: um dos carros autônomos, em fase de testes, deverá andar nas ruas a partir do ano que vem, diz a fabricante Chevrolet Bolt: um dos carros autônomos, em fase de testes, deverá andar nas ruas a partir do ano que vem, diz a fabricante](https://i0.statig.com.br/bancodeimagens/bj/v2/b4/bjv2b4wqywlsiobg0jbcy5f9v.jpg)
Este meu texto é para falar do futuro, mas vale lembrar que em 1995, quando estive no meu primeiro Salão de Detroit (EUA), a grande novidade Ford foi o conceito do GT 90 V12, o mais incrível superesportivo do mundo, segundo a divulgação da época em que nem se imaginava falar em carros autônomos. Duas décadas depois, o mesmo continua dando destaque aos carrões e picapes poderosas como a F.150 diesel, a Dodge Ram e a centenária Silverado.
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Ford GT 90 V12 foi protótipo de destaque no Salão de Detroit de 1995
Mas como conectar esse mundo de veículos espetaculares com a mobilidade urbana e carros autônomos , assuntos tão recorrentes nos dias de hoje? É bem verdade que as empresas se esforçam a apresentar suas propostas. O ano de 2018 chega com uma série de promessas que reforçam essa tendência e mostram que uma revolução do setor está mais próxima do que se imagina.
Entre as empresas tradicionais parece que a GM quer sair na frente. Ela acaba de apresentar oficialmente o Cruise AV, que parece ser o mais ousado passo quando se fala de carros autônomos. Ele não tem pedais ou volante, o que é obrigatório para casos de emergência. Mas a montadora quer derrubar essa regra e provar que o Cruise AV é seguro. Uma versão adaptada do modelo foi testada com sucesso nas ruas de São Francisco, na Califórnia. A GM pediu autorização para o governo americano para colocar o carro em funcionamento e lançá-lo comercialmente em 2019.
O Cruise AV tem uma série de câmeras, detectores de movimento e opera apenas por meio de botões. A ideia é utilizá-lo em aplicativos de transporte, como o Uber. Algo que desperta a imaginação. Bastaria digitar o endereço, entrar num carro sem motorista, pagar eletronicamente e chegar ao destino? Sim, parece que essa será a realidade em alguns anos.
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A Ford e a Toyota também divulgaram o que projetam para o mercado na maior feira de tecnologia do mundo, a CES 2018 que terminou na última sexta-feira, 12 de janeiro, em Las Vegas, nos Estados Unidos. Os americanos anunciaram que trabalham em conjunto com empresas, como a Domino’s Pizza, para o serviço de entregas utilizando com o Fusion autônomo. Os japoneses seguem no mesmo caminho e mostraram o projeto e-Palette, que tem entre as parceiras a Pizza Hut. O visual do veículo seria bem futurista e os testes são esperados para 2020.Por enquanto, são apenas carros-conceito que estariam conectados, inclusive, com os semáforos.
![Entregador de pizza autônomo da Toyota que está conectado, inclusive, com os sinais de trânsito Entregador de pizza autônomo da Toyota que está conectado, inclusive, com os sinais de trânsito](https://i0.statig.com.br/bancodeimagens/9p/ln/0e/9pln0e8u51g9m71buq5hku0fa.jpg)
Mas os carros autônomos são seguros?
Só que toda essa história de inteligência artificial esbarra num ponto crucial: a segurança. Essa é a grande desconfiança dos consumidores, como mostra a Deloitte num estudo mundial (Global Automotive Consumer Study: Future ofAutomotive Technologies). A preocupação envolvendo a segurança dos carros autônomos atinge 74% dos americanos, 72% dos alemães e 79% dos japoneses. Esse é o desafio das montadoras. A favor delas, a mesma pesquisa mostrou que os consumidores confiam mais em empresas tradicionais do setor do que em outras que também estão desenvolvendo carros autônomos.
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Ilustração mostra o índice de preocupação em relação à segurança dos carros autônomos em alguns países do mundo
Contudo, este ano na CES, foi apresentado por uma startup, pouco conhecida chamada Byton, o projeto mais ambicioso de um carro autônomo que será lançado na China em 2020. Segunda a revista Times, a característica mais marcante do veículo é a sua tela gigantesca que se estende por todo o painel, a qual a empresa chama de exibição de experiência compartilhada. A Byton, como muitas empresas de tecnologia automotiva, tem como objetivo agregar mais personalização ao carro, fazendo com que as experiências ao dirigir sejam mais eficientes.
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Parece questão de tempo, mas a questão dos carros autônomos é um caminho sem volta. Basta ver a compra no começo do ano da startup 99, que trabalha com motoristas de carros particulares e táxis. A empresa passou para o controle da chinesa Didi Chuxing, que também é uma plataforma de transportes, e o valor de mercado da 99 chegou a mais de US$ 1 bilhão, um feito extraordinário e histórico para uma startup brasileira. Os chineses não entrariam com força no Brasil para brincar. O dilema dos fabricantes de automóveis é como continuar lucrando alto, já que passaram a investir num mercado que irá ajudar a derrubar suas vendas em grande escala. Mas qual seria outra saída? Não tem.