Os testes da atual temporada da Fórmula 1, realizados em Barcelona, foram acompanhados com atenção por quem curte a categoria. As equipes simularam condições de corrida, analisaram pacotes aerodinâmicos e os compostos de pneus. Mas surgem poucas pistas, além do já conhecido domínio da Mercedes-Benz.
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“A boa novidade é que a Red Bull se mostrou no mesmo nível de Mercedes e Ferrari na Fórmula 1. Mesmo assim, todo mundo sabe que esses testes nunca são conclusivos porque cada equipe manda para a pista o carro em diferentes configurações. Isso possibilita os chamados ‘blefes’.” A declaração é de Reginaldo Leme, um dos maiores entendedores do automobilismo no Brasil e no mundo.
Opinião de respeito
A coluna conversou com o jornalista que acompanha a categoria desde 1972. Num tempo de internet em que os furos jornalísticos são raros, partiu dele a principal notícia automobilística dos últimos tempos. Foi Reginaldo que revelou, em 2009, que Nelsinho Piquet (filho do tricampeão mundial Nelson Piquet) foi pressionado por Flavio Briatore, na época na Renault, a bater o carro de propósito para beneficiar Fernando Alonso.
Aliás, Alonso ainda é um dos principais nomes do esporte, mas enfrenta um calvário. “A decepção tem sido a McLaren, que desde a troca do motor Honda pelo Renault, dava pinta de estar a caminho de uma recuperação. Não foi o que se viu até agora, embora eu ainda acredite na McLaren no decorrer do ano”, analisa Reginaldo.
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Nova era de brasileiros
Pela primeira vez desde 1970, a temporada da Fórmula 1 irá começar sem um brasileiro no grid, no dia 25 de março no GP da Austrália. A falta de ídolos tem feito o interesse do grande público pelo automobilismo diminuir no país.
Reginaldo culpa o desaparecimento de categorias de base, mas mantém o otimismo. “Não é o fim do mundo porque países tradicionais como Itália e França já passaram anos sem ter um representante. Mas a falta de uma categoria de monoposto para o garoto se preparar sem deixar o Brasil fez com que kartistas que se destacaram por aqui deixassem o país mais cedo do que o normal para se aventurar no automobilismo europeu.”
O comentarista traçou um perfil muito interessante da próxima geração de brasileiros. “Nós poderemos ver pilotos novos chegando à F1 em dois ou três anos. Quem está mais perto é o mineiro Sergio Sette Camara, que já corre este ano na Fórmula 2, o último degrau.”
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Outros nomes que também estão na fila da Fórmula 1 e que têm sobrenomes fortes são Pietro Fittipaldi, neto de Emerson Fittipaldi, e Pedro Piquet, filho de Nelson Piquet. Reginaldo acompanha de perto a base do automobilismo. “Dois dos kartistas que já participaram de Mundiais estão pulando este ano para a Fórmula 4: Caio Collet e Gianluca Petecov.”