As marcas de automóveis têm alguns modelos importantes, que se misturam com as histórias das montadoras. São carros que entram para o “clube dos milhões” de unidades vendidas e passam por várias gerações. Um desses modelos é o Ford Fiesta que sempre trouxe novidades ao mercado mundial.
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No Brasil, o Ford Fiesta chegou em 1995, mas a sua existência na Europa começou lá pelos anos 1970. A sonoridade do nome ajudou o modelo, porque é bem entendido em vários países, fator importante na globalização das vendas.
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A trajetória do Fiesta no mercado brasileiro é interessante. Ele marcou a entrada da montadora americana com atraso no segmento de compactos que na época representava mais de 80% de participação na venda total de veículos no País e contava com fortes subsídios do Governo. Até então, a Ford só vendia carros médios e grandes, o que explica, de certa forma, sua participação menor no mercado brasileiro durante décadas em relação aos concorrentes GM, VW e Fiat.
Logo que desembarcou por aqui, o Fiesta não teve uma estratégia de lançamento das mais eficientes. Primeiro chegou um modelo importado da Espanha. Apresentava um desenho um tanto quadrado, que não agradava muito, e um bom motor 1.3 na contramão do mercado onde o popular propulsor 1.0 pagava menos imposto. Cerca de um ano depois começou a produção nacional na fábrica de São Bernardo do Campo, em São Paulo, com tímidas mudanças no visual, mas ainda longe de agradar os consumidores brasileiros.
Foi só em 2002 que o Fiesta deu um grande salto. A produção passou para a fábrica da montadora na Bahia e, finalmente, surgia um modelo moderno, bonito e com boas opções de motores.
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Depois, num movimento um tanto surpreendente e até incompreensível, o carro voltou a ser produzido em São Bernardo Campo. Nascia a sexta geração do modelo. Dessa vez, bem mais esportivo e, sem dúvida, um dos melhores de sua classe. Foi rebatizado como New Fiesta.
No entanto, o lançamento do Ka , compacto da marca mais barato e também atraente, fez as vendas do Fiesta despencarem gradualmente no nosso mercado. Hoje, ele vende mensalmente cerca de 2.000 unidades e ocupa a 25ª colocação no ranking do setor.
Nova geração do Ford Fiesta
Na Europa, este ano foi lançada a sétima geração do Fiesta. Por lá, surgiram novos motores e mais investimentos em itens de conectividade e de assistência ao motorista. Os investimentos agora são em tecnologia. Ele tem alguma semelhança visual com o modelo atual do Brasil.
Não há planos, por enquanto, para este modelo inspirar novas versões brasileiras, o que deixa incerto para muitos o rumo do Fiesta por aqui. São muitas as especulações. Uma das dúvidas é se a produção nacional, hoje no ABC paulista, será mantida.
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Mas o Fiesta ainda é uma boa escolha para quem deseja um carro esportivo e com bom desempenho. É o único da linha da Ford no País a ter um modelo 1.0 chamado EcoBoost, com o consagrado motor turbo de baixa cilindrada, reconhecido em todo o mundo.
Uma das dificuldades é que ele disputa no segmento de compactos premium onde há novíssimas opções de mercado como o VW Polo , o Fiat Argo e o Toyota Yaris. Esses são apenas alguns carros de um segmento de concorrência acirrada.
Não por acaso, novas gerações desses veículos compactos chegam hoje rapidamente aqui, alguns antes mesmo de serem renovados nos mercados internacionais. Há ofertas para todos os gostos e bolsos. Com pouco mais de 20 anos, de Brasil, o Ford Fiesta
local parece ter chegado à maturidade porque está na estrada há bem mais tempo que boa parte dos atuais concorrentes.