Parte de uma breve discussão sobre a Honda X-ADV: fui até Atibaia neste fim de semana, encontrar alguns amigos colecionadores e amantes de motocicletas clássicas, e estacionei entre os carros dos convidados.
Até que alguém me avisa que as luzes do meu scooter estavam acesas. “Scooter, que scooter?” Até que me toquei que muitos chamam a Honda X-ADV de scooter. E também que o desligamento eletrônico da ignição às vezes é esquecido, o que mantém as luzes do veículo acesas.
Não era a minha intenção criar discussão sobre o que é ou não é a Honda X-ADV, até porque esse veículo/moto/scooter pode ser chamado do que quiserem, que isso não vai reduzir as suas qualidades. Que são muitas. Para acabar a discussão, alguém veio de lado e disse: “É um crossover”.
Certíssimo: alguns automóveis há muito tempo são considerados crossoveres , o que os define perfeitamente, já que eles têm características misturadas de vários segmentos. Agora o mesmo vale para as motocicletas.
No caso da Honda X-ADV, eu considero motocicleta apenas porque tem transmissão secundária por corrente . Mas tem mesmo cara de um “escutão”.
O papo, no entanto, não era para ser a semântica, mas sim as novidades que a Honda X-ADV trouxe em sua versão 2022. E são muitas. Mantendo a transmissão automática DCT, única opção para a X-ADV, o motor bicilíndrico de 745 cm 3 ganhou alguns cavalos de potência, ficando agora com 58,6 cv.
Para aproveitar melhor esse acréscimo de potência , as três primeiras marchas foram encurtadas e as três últimas foram alongadas, o que resultou em mais agilidade no trânsito e mais conforto na estrada.
Esse, por sinal, é um dos grandes atributos da Honda X-ADV, principalmente se equipada com todos os acessórios opcionais , em especial o conjunto de malas.
Pude ir ao local do encontro completamente equipado para enfrentar a chuva e, lá chegando, colocar uma roupa mais “civil”. Na hora de voltar para casa, com um belo sol esquentando o sábado, a pesada roupa de chuva ficou bem guardada nas malas.
Essa, no entanto, é uma vantagem de qualquer boa motocicleta touring equipada com malas, mas que representa algo inédito na categoria da X- ADV, se considerarmos seus atributos de scooter urbano.
O quadro tubular de aço do tipo diamante também é novo, com subquadro de alumínio , mais leve que o anterior. Visualmente, a nova Honda X-ADV tem poucas diferenças em relação à versão anterior, mas nada foi mantido.
Os comandos estão nas mesmas posições, mas com muito mais eletrônica, a exemplo do seletor principal, que liga e desliga todo o sistema e ainda trava eletronicamente o guidão. A exceção fica por conta do freio de estacionamento , que passou do anteparo frontal para o lado direito do guidão.
No seu lugar, foi incluído um pequeno porta-objetos (pequeno mesmo, mas bem útil). O “freio de mão” da Honda X-ADV é absolutamente necessário para qualquer motocicleta equipada com a transmissão DCT .
O novo a celerador eletrônico permitiu a introdução de quatro modos de pilotagem, Standard, Sport, Rain e Gravel, com a quinta opção User, na qual o piloto escolhe várias configurações de potência na roda, freio motor, momento de mudanças de marchas automatizadas, freios ABS e controle de tração.
O painel de instrumentos , antes de LCD, agora é de TFT colorido, com pareamento Bluetooth com o celular, inclusive com comando de voz.
De acordo com as “instruções” da Honda para esse sistema, que utiliza o aplicativo Honda RoadSync para celular, é possível fazer chamadas ao telefone (é necessário ter intercomunicador instalado no capacete), ver e enviar mensagens, ouvir música e consultar a previsão do tempo. Ah, e também usar o navegador do celular. É claro que não usei nada disso e me perdi, chegando em Atibaia.
A praticidade da Honda X-ADV, no entanto, é seu maior trunfo. Na estrada, vai muito bem, apesar de manter o seu lado scooter , com rodas menores (prefiro uma motocicleta nas curvas), e no uso urbano não chega a ser desajeitada.
Pelo contrário, apesar das malas laterais , passa bem em locais apertados, basta tomar alguns cuidados. O ideal para o dia a dia é tirar as malas laterais e ficar apenas com o baú.
A Honda X-ADV é um veículo de alto grau de desejo. Não substitui integralmente uma motocicleta , mas tem tudo para proporcionar muita diversão em viagens.
Só que tudo isso custa e o investimento para uma Honda X-ADV completa é alto. O valor inicial é de R$ 87.627,00, mas é possível gastar mais R$ 23.662,24 em acessórios, fora os valores de frete, transferência, licenciamento e seguro, se for o caso. Ou seja, passa dos R$ 111.289,24.
Um dos itens opcionais , apesar de meio “salgado”, é muito útil: as pedaleiras adicionais para o piloto. Com elas, é possível pilotar de pé, em pisos de pouca aderência. E se o garupa tiver pernas compridas, ele ficará mais confortável apoiando seus pés nessas pedaleiras.
Veja, a seguir, os preços de todos os a cessórios disponíveis.
Moto:
R$ 87.627,00
Malas laterais:
R$ 8.380,78
Cobertura alumínio malas laterais:
R$ 596,00
Baú:
R$ 2.274,00
Protetor de carenagem:
R$ 2.823,00
Faróis de neblina:
R$ 4.498,00
Protetores de manopla:
R$ 302,46
Pedaleiras para o piloto:
R$ 2.490,00
Bagageiro traseiro:
R$ 2.298,00
Acessórios:
R$ 23.662,24
Total:
R$ 111.289,24